fot. arq.  do autor 

 

SEM GÁS SEM PAZ!

 

 

 

 

Valdi Rangel

 

Um conto de

(26-09-2005)

 

 

Era uma manhã de sábado, um dia bonito por sinal, nesse dia as pessoas parecem mais felizes, pelo menos eu noto isso, e lá em casa o gás de cozinha acendeu a sua última chama, de bate pronto, a minha esposa, me comunicou, o gás acabou, e o almoço ainda não está pronto.

Fiquei tenso, e falei com os meus botões, logo agora, em que eu ia

começar a deliciar a minha cervejinha, não é possível.

 

E de repente uma idéia brilhante me

ocorreu, corri para o catálogo telefônico

manuseei algumas páginas amarelas, e lá estava a minha solução, encontrei um fornecedor que se propunha, a fazer a bendita entrega no meu domicilio,

Detalhe, páginas amarelas, eram as páginas comerciais, dos antigos catálogos dos telefones fixos.

 

Disquei alguns números, expus o meu problema e recebi da pessoa que me atenderá, a confirmação, da entrega do botijão de gás, em poucos minutos.

 

Voltei triunfante para a minha mulher, e lhe disse, já providenciei tudo, dentro em breve estaremos recebendo o nosso gás em casa, inclusive elogiei ao criador daquela modalidade de entrega, que

tivera a brilhante idéia, de criai tal serviço. Realmente estamos vivendo o começo, de uma época, de completo progresso, as coisas avançavam

de tal modo, que estão facilitando a nossa vida.

É bem verdade que para usufruir de

tais serviços, temos que despender de

alguns reais, mais também receber

serviços de graça ou seja a custo zero, só em época de eleição.

 

A minha esposa, ficou na espera, avisei também ao meu filho, de que o gás chegaria a qualquer momento, e realmente passados uns dez minutos,

passou na rua, um caminhão tocando uma sineta, anunciando o gás, o meu filho, correu rapidamente para o portão da casa, e com um aceno, chamou o dito carro do gás,

nesse momento, eu me dirigi até o terraço da casa, e em voz alta bradei, o gás não é esse não!

 

O nosso vem numa moto, e pedi educadamente, ao senhor, que já trazia o botijão nas costas, para que devolvesse aquele gás, o motorista do veiculo não gostou, e trocamos algumas idéais, pois o dito cujo, queria a todo custo, vender aquele botijão de gás.

 

Desfeito o equivoco, eu precisei me ausentar de casa, porém, antes recomendei, novamente, o gás, será entregue pelo motoqueiro, que não tarda chegar, e me ausentei por mais ou menos uma hora.

 

Ao chegar em casa, fui logo perguntando pelo gás, e a minha

esposa disse: já recebi o gás, porém o vendedor queria cobrar mais caro,

e eu discuti com ele, e não paguei, fiz

valer o meu direito de consumidora.

 

Puxa vida, falei para ela, mais o que ele cobrou está correto, era o valor do frete mulher, e agora heim?

O que o fornecedor vai pensar de mim? Certamente irá me chamar de velhaco, rapidamente, peguei o telefone, liguei para o entregador de gás, desfiz o mal entendido, mas, tive que me deslocar de bike, até o deposito do gás, pois ainda não havia o pix, saldei o meu débito, e só ai, foi que eu pude deliciar a minha loira gelada.

 

Descobrindo que a falta de gás, numa manhã de sábado, gera a falta de paz, consequentemente, sem gás, sem paz.