LEMBRANCAS VIVAS NO MEU WINCHESTER

Dizem que tudo que é  bom dura pouco. O tempo consome a curta durabilidade corpórea, no entanto, as boas lembranças se eternizam. Questiono o motivo de ser seguido, ou, perseguido pela  nostalgia. No exílio voluntário, apego-me a algo antigo, porém rejuvenescedor.  Lembro do meu pai usando brilhantina glostora para afixar sua cabeleira. Minha mãe juntando os  filhos mais velhos para ministrar um fortificante de nome capivarol ou emulsão  de Scott, segundo ela, um suplemento alimentar  rico em vitaminas A e D importante para a manutenção da visão e funcionamento normal do sistema imunológico, servia para manter a pele saudável. O medicamento prometia ajudar em casos de anemia, falta de apetite, insônia, problemas no coração, até tuberculose. Ô mulher sábia era minha velha! Como posso dizer que tudo isso dura pouca  é algo vivo no meu winchest.