Despertar de Adelaide
— Eu te conheço? Você é tão bonita.
— Obrigada, você é muito bonita também. Me chamo Barbara
. — Quem é você?
— Barbara, não lembra?
— Lembro sim. Que lugar é esse? Quero voltar para minha casa.
— Mas aqui é a sua casa.
— Não. Eu nunca estive aqui. Quem é você?
— Como assim? Sou eu. Uma lágrima comprida escorria do olho esquerdo de Barbara, mas Dona Maria parecia confusa demais para notar.
— Eu preciso voltar para minha casa, darei uma festa hoje à noite e não quero ficar perdendo meu tempo aqui.
— Uma festa, Dona Maria?
— Que Dona Maria o quê? NÃO ME CHAME DE MARIA! Me chame apenas de Adelaide, este é meu nome. Onde está aquela menina que faz o meu cabelo? Ah! Que horror! O que está fazendo em minha casa? Faça alguma coisa! Cadê o Roberto? — Roberto! — ROBERTO!
— Mas quem é Roberto?
— Meu secretário! Minha filha, você parece perdida, não sabe de nada. O vestido vermelho, eu quero o vestido vermelho. Eu quero todos aos meus pés esta noite. Desejo estampado em seus olhos. Fome, eu quero que sintam fome, fome de mim!
Barbara estava completamente surpresa com o comportamento inesperado de Dona Maria. Nunca havia visto ela se comportar ou falar daquela forma: altiva, poderosa, mandona. Não era a mesma mulher que conhecia. Segurando o espanto, prosseguiu o dialogo tentando entender quem era aquela Adelaide com quem conversava.
— Então Adelaide, que festa é essa? É seu aniversário? ...Adelaide? ....Adelaide?
— Eu te conheço? Você é tão bonita.