Dia triste
Naquela manhã 0 dia amanheceu indicando que seria um dia de mormaço. Efetuei a limpeza dos apetrechos caseiros, usados na noite anterior e, quando deu sete horas, mais ou menos, peguei o mate,a mesinha, uma cadeira, meu violão e algumas bolachas e salame. Acomodei tudo na sombra do oitão do rancho e sentei ali, sorvi o mate com prazer até terminar a água, então comi os alimentos que trouxeram, alimentei meu cachorro, chamado Moleque e comecei a dedilhar o violão. Com dificuldades, pois quase nada sabia de música, fiquei entretido.De repente Moleque foi alertado por alguma coisa que não chegará aos meus ouvidos. Ergueu-se ágil e correu na direção ,da porteira, alguns metros dali, mas na descida, o de avista pouco alcançava. Correu latindo e, então consegui visualizar na direção em que corria o Moleque e ver, já tentando saltar a porteira, meu compadre José ,seu filho Toninho, meu afilhado e seu companheiro cachorro, Pardal.
-Espera aí compadre, já vou abrir. Gritei. Peguei a chave e fui lá. Nos cumprimentamos com alegria e fomos para a sombra. Enquanto caminhavamos entretidos na conversa, Moleque saltou ligeiro e, chegando onde estavam meus apetrechos, avançou sobre um enorme lagarto que, naquele momento, se apoderava da só ra de alimentos que eu deixará ali sobre a mesinha. Se engalfinharam, lutaram e Pardal,que eu considerava medroso, entrou na briga e a dentadas, tirou fora um pedaço do rabo do lagarto. O intruso, já perdendo a briga, deu uma guinada e, naquele movimento, derrubou a mesa, a cadeira e o violão. Aps gritos corri com a bicharada e, enquanto juntava os destroços vi que dentre eles estavam os restos mortais do meu violão. Assamosum churrasco ,comemos, tomamos uns tragos, Toninho tomou uma boa limonada, bem doce como ele gostava. Passamos o dia na sombra com alegria, no entanto, aquele foi um dia triste, porque perdi meu violão, mesmo não sabendo tocar, eu aprenderia, com certeza. Ou será que não. A conversa prosseguiu até a saída da porteira.
-Lembrancas pra comadre e as gurias.