Os badalados das dezoito
Mesmo com a perda da auditiva parcial ouve os badalados daquela tarde cinzenta e quente de verão. Cada badalo parece um punhal cutucando seu coração, naquela pequena alcova. Olhos marejando vislumbra na memória o tempo que era senhor de sim!!!! A amiga indesejada sustenta seu corpo e com dificuldade alcança a janela. Vê o balançar das folhas, o redemoinho no chão preto prenúncio de chuva logo mais. Arrasta a cadeira perto da cama, forçosamente deita e espicha os ossos verticalmente fixando os olhos no forro branco escuro manchado pela infiltração das chuvas passada mais a lâmpada amarela é o cenário de mais um dia que se foi , e adormece na esperança de um dia reviver novamente tudo que fez dele um homem feliz num passado distante.