ACHEI A DIFERENÇA
Era um dia de semana, e Wilson, caixa-executivo que tinha "letra de médico", depois de fazer sua tarefa de caligrafia - ideia do coordenador Franco, na tentativa de torná-la legível - dirigiu-se ao guichê. Assobiando as músicas da época, contando piadas e rindo muito, adotou os procedimentos de praxe para iniciar o atendimento, e mandou ver. As filas, nesse dia, eram quilométricos, mas não constituíam problema para Wilson, sempre sorridente, rápido e solícito na execução do trabalho. Era dia de feira e Mariuza, sua esposa, deu uma passadinha para apanhar uns trocados e comprar a carne. Ele forneceu a grana e, como era pouco o valor e muita a correria, confiou na memória para, ao fechamento do caixa, repor a quantia fornecida. Que nada! Traído pela memória, Wilson, a essa altura taciturno e pensativo, contabilizou e recolheu à tesouraria a diferença de caixa "a menor". Em casa, dormiu tarde, mas conseguiu. Sonhou. Sonhou e despertou Mariuza gritando: "querida, ACHEI A DIFERENÇA.
OBS - Às personagens, dei nome fictício, mas os fatos são reais e ocorreram em 1986, em Pombal, na pequenina Paraíba, um dos vinte lugares por onde andei durante carreira no BB.