O QUE TORNA O PÁSSARO PRESO NÃO É A GAIOLA, MAS O MEDO DO DESCONHECIDO E A IMPOSIÇÃO DE UM “DESTINO”.

Agora ela era livre, não havia mais amarras em seu calcanhar, não tinha mais ninguém a dizer o que fazer, aonde ir, quando voltar, era um pássaro de belas asas com penas polidas e singular, mas na hora de voar a incerteza.

Aonde ir? O que fazer lá fora? O que iria encontrar?

Suas asas murcharam e seu medo aumentou. Tudo que conhecia estava ali, naquela gaiola, perdeu a vontade de levantar voo e explorar o desconhecido. Todas aquelas lembranças vieram à tona, as palavras que ouvira a vida inteira batiam mais fortes em seu pensamento e ela voltou para dentro de sua prisão convencida de que o melhor a fazer era seguir o seu “destino” de mulher submissa.

As palavras torpes criaram o medo e transformaram ela refém dos pensamentos de outrem sem vontade própria mesmo tendo a porta da liberdade aberta para buscar o pote de ouro no fim do arco-íris.

JOEL MARINHO