PARA ALÉM DO INFINITO
Sonhadora em demasia era ela, desde que se deu conta de que não se pagava pra sonhar.
E foi sonhando que certa vez, sem se dar conta, foi lentamente se apaixonando por aquele sonho que dera sentido a sua vida.
O tempo foi passando e aquele sonho tornando-se cada veza mais constante, já não conseguia viver sem ele, como se fosse o ar que precisava para respirar, até que num janeiro desses que se conta como o primeiro mês de cada ano que se inicia, tal como se um raio de luar o protagonista daquele constante sonho, surge de verdade! Que maravilha! Valia apena sonhar! E sonharam juntos, dando prosseguimento àquele sonho que para ela, era como o ar que precisava para prosseguir vivendo.
Ali, descobriram juntos que sonhavam o mesmo sonho mesmo à distância, e diante daquela noite enluarada sob um céu bordado de estrelas, prometeram que jamais despertariam daquele sonho e tornariam aquela noite eterna.
Amanheceu, e o dia mais parecia a continuação da noite de encanto que passaram a viver. Entardeceu e a noite sonolenta dava prosseguimento ao sonho, agora vivido a dois.
Mas as horas iam passando e os corações apaixonados já sentiam os primeiros sintomas de que chegaria a hora da separação, ainda que continuassem sonhando o mesmo sonho.
Ambos, queriam embriagar-se desse amor que parecia jamais tivesse fim e era o que desejavam! Ela, escondia o pranto para que ele não percebesse sua tristeza e ele, escolhia palavras para que ela não derramasse uma lágrima sequer. Abraçaram-se sedentos de amor, mas ele por mais que tentasse, não conseguia permanecer desperto. Podem imaginar a dor daquele coração, quando num momento tão desejado sentia-se dilacerado, simplesmente perdido?! Seu mundo desmoronou e ela, em silêncio, saiu dando vazão àquele pranto, que antes não deixara transbordar, até adormecer sozinha. Despertou dolorosamente daquele torpor, até que um pequeno raio de sol chamou à realidade. Aquela noite em que o sonho tornara-se real e que ambos prometeram jamais teria fim, já havia amanhecido. O sonho não acabou e já fará, neste janeiro, seus vinte anos. Só que agora, seu coração não alimenta mais nenhuma esperança de voltar a vive-lo. Hoje, os entrega ao tempo e os encaminha para além do infinito azul, onde percorre sozinha, os caminhos antes, iluminados pelas estrelas que ornamentam os céus de qualquer janeiro.