SEM PÉ NEM CABEÇA
É sabido que para escrever é preciso ter ideias e na falta delas, talvez seja melhor nem se dar ao trabalho. Mas o Celso é teimoso e manteve firme a resolução de escrever mesmo depois de apagar três textos, isso mesmo três! Um deles quase no final! Quanta maluquice, meu Deus! Para quê? Perguntam algumas pessoas imaginárias.
Mas o Celso não responde, pois está cansado de saber que elas sabem que ele gosta de escrever, que tem um compromisso pessoal e esse compromisso se estende a seus leitores, leitores? Ele se acha e escreve freneticamente, contos, poesias e artigos, que publica aqui e ali, mais aqui do que ali, mas se isso faz bem a ele...
Então, depois de apagar três textos, resolveu contar como é estar sem ideia, talvez pelo cansaço, ou por estar ansioso pelo feriado, que não será grande coisa, e levar adiante um texto, no peito e na raça, mais na raça que no peito.
Sei lá, o cara é meio doido, escreve em terceira pessoa, olhando de fora, parece não estar ali dentro daquele corpo. Será que vai encontrar um caminho e um bom final para esse texto? Talvez. Mas ele pede que você leia, pô, dá uma força aí! A coisa está feia, as ideias não estão se encaixando, por favor!!
Acho que o calor está fritando seus miolos, o que não faz nada bem ao nosso anti-herói. Bom, ele está ficando bravo porque até agora não conseguiu contar uma boa história, está a ponto de apagar este texto também, "quatro? Não!", ele pensa, "vou terminar, seja como for!" arremata, determinado.
Acredita não ser um bom personagem, sente vergonha, timidez, ou qualquer coisa que o incomoda, não sabe. Tenta, então, criar um alter ego, fica pior ainda, "outro eu? Não, por favor! Um só basta". Então, chateado e resignado com o que acontece, não termina o texto e o publica assim mesmo... pede desculpas e desliga o computador...