QUE TRISTE FIM!

Passava o tempo, só isso, nada mais fazia da vida a não ser passar o tempo, e o tempo passava bem rápido, um ano voava, achava que ainda tinha muito tempo, mas estava chegando ao final o seu tempo, deixou de fazer muitas coisas, o que fez, nada valeu. Fez besteiras demais, agora não dava para voltar atrás, o tempo seguia em frente e o feito já estava feito, sem ter como desfazer.

Mentiu, traiu, fez falcatruas, nada conseguiu, continuava pobre como sempre foi, tudo o que aprontou foi em nome e em benefício dos outros, que o deixavam na pior, sofrendo as consequências, foi preso alguma vezes. Não tinha nada além das roupas que usava, eram poucas, cabiam numa caixa de papelão pequena.

Pensava ainda em dar a" volta por cima", nem sabia o que era isso, não tinha estrutura para isso, não tinha ninguém. Morava de favor em uma loja fechada, assim tomava conta do imóvel que há muito não era alugado, ganhava uns trocados fazendo pequenos cambalachos, ou quando acertava no bicho. Vivia dia a dia, nem sabia qual era o dia em que estava, eram todos iguais.

E foi assim que morreu, num domingo de sol, quando todos estavam curtindo praia, piscina, cachoeira, churrasco e a família. Ele morreu pela manhã, ninguém sentiu sua falta o dia todo, o corpo só foi encontrado à tarde, isso porque não foi fazer o jogo na milhar em que sempre jogava com fé, no bicheiro do bairro. Sumiu.

Nada fez o coitado em vida, nada fizeram por ele no final dela, sem família e nem dinheiro, sem eira e nem beira. Foi enterrado como indigente, em cova rasa...

Acabou.

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 09/11/2023
Código do texto: T7928099
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