Um pouco sobre mim
Ontem pedi um tema, fiz o texto com alguns.
Mas, entre eles surgiu um pedido diferente: Escreva sobre a mulher fodana que você é....
E fiquei pensando e repensando se deveria ou não escrever sobre isso. Decidi tentar.
Antes de mais nada deixo claro que não me acho melhor do que ninguém, que não tenho pretensão de ser o que não sou.
Sou neta, filha, mãe e avó. Sou mulher antes de ser qualquer adjetivo.
Procuro ser direta ao falar e escrever. E não gosto dessa história de meias palavras.
Mantenho a minha postura independente do que pensam ou digam.
Aprendi durante a minha jornada até aqui a encarar meus demônios, a brincar com a menina que fui e acima de tudo a respeitar a anciã que serei.
Bruxa?
Maga?
Louca?
Qual a diferença?
Em uma conversa com alguém que me é importante, comentei que por vezes me vejo como inumana. Gosto dessa palavra.
Como alguém fora de contexto, de esquadro, de regras e de falsas aceitações.
Levei anos até me aceitar do jeito que sou.
Quando amo, amo tudo e não partes, me entrego, caio de boca, caio com tudo que tenho e sou....
E isso cobra um preço alto. Muito alto.
Sou ciumenta? Sou sim. Fazer o que, toda fera é territorialista. Só que existe uma diferença entre ciúmes e neuras. Isso também levei anos para aprender.
Tenho um milhão ou mais de defeitos. Sou chata. Falo pelos cotovelos. Arredia, desbocada, insolente, grossa algumas vezes. E vários outros.
Convivo com a depressão há muitos anos, cheguei a pensar que ela me venceria em algum ponto no passado. Esse ciclo me rendeu quatro tentativas de suicídio e outras que nunca considerei assim.
Fui aos abismos de mim mesma. Procurando, caçando a aceitação, o enquadramento em só os Deuses sabem o que.
Até me deparar comigo sem nada. Nada importava! Só queria não existir, não respirar e aí entra a fera. Uma parte minha queria desistir, havia dor demais, cansaço demais, tudo era demais.... Menos eu.
A fera então deu um basta. Acabei me afastando de tudo que não era eu ou meu. Estive anos ausente de mim mesma. Já não sabia quem era. Tive que me reconhecer. E muito lentamente, passo a passo fui juntando meus pedaços.
Hoje deixo sempre claro que: Quer estar comigo? Esteja. Não quer? Paciência, que eu não tenho diga-se de passagem.
Não faço uso de meias palavras acredito que o outro mereça meu respeito quando estamos dialogando. Minha honestidade que por vezes é crua demais, admito.
Amo meu trabalho, trabalho feito escrava, mas foi escolha minha. Então não posso reclamar. Aprendo um pouco mais sobre mim e sobre o outros através dele. A manter em mente que não somos números, que todos merecem ser respeitados, mesmo quando a minha vontade é de matar um!
Ahh! Sim. Sinto essa vontade constantemente. Mas, libero isso em minhas meditações e meus momentos íntimos. Libero esse lado quando preciso me encarar. Quando o lado de fora me mostra que estou indo em uma direção que não é a minha.
Poderia escrever mais, mas, acredito que já esteja de bom tamanho.