Era tudo o que ela queria
E ela perambulava pelas ruas, seguindo cada passo dos seus passos. Sobe escadas, sente a brisa do vento tocar seu rosto frio e cansado.
No céu a lua timidamente brilha perdida nos diversos refletores que aquela cidade exibi. Mas para ser sincera, tenho até certeza que ela nem percebeu a linda lua no céu a brilhar.
Ela olha, vira, remexe de um lado para outro observando um ali, outro aqui e tantos a percorrer aquele lugar.
Ver jovens gargalhar, crianças pular e gritar, idosos a caminhar juntinho e porque não dizer que possívelmente eles no momento estejam a lembrar de como antigamente passeavam e namoravam em suas praças onde costumavam a andar.
Em seu canto ela se recolhe, olha para aquele esporte com um olhar distante e se perguntando se seu irmão um dia aceitaria seu convite de ir até ali passear. Neste momento solta um longo suspiro, reprimindo seu sentimento expulsando seu pensamento para não ter que chorar.
Foca no jogo do futebol, olha mais uma vez para a multidão e nota o vazio que agora abrasa o seu coração.
Mas ela quer algo diferente, quer fugir de frustrações, problemas e qualquer tipo de sentimento que o faça se sentir triste, sozinha, inútil e sem prestígio. É nesse exato momento que ela puxa o seu bom amigo o livro e viaja por linhas e linhas sem pensar no tempo.
Em momentos em momentos, ela olha a passarela, rir com um jovem que vem caminhando e dançando como se nada lhe importasse. Ver uns homens assustados achando que a Polícia Federal tenha apreendido alguém no local, nem sabendo eles que a polícia estar apenas dando uma pequena palestra para a população de Pombal. Ela rir daqueles homens assustados que estão curiosos e assombrados onde seus olhos estão atentos e bem arregalados.
Ela se perde mais uma vez em pensamento, analisado cada passo daquelas momento quando de repente é ela que se assusta com um jovem que senta quase ao seu lado.
E veja só como é a vida, ela se assusta e se intimida mas nem sabe ela que dali nasce uma amizade cordial.
Foi por causa de um assunto na qual ela não tem nada ver, sobre a banda "Racionais" ou algo assim, e ela concorda: -Seria bom mesmo racionais por aqui...
Pense aí como o papo rendeu, também de frio ela tremeu, mas mesmo assim não deu ousadia, desabafou um pouco, falou dos seus gostos e até de coisas que ela nem queria, se sentiu leve, feliz e voltou pra casa sentindo suas forças renovadas, de cabeça tranquila e vazia, pois no final um diálogo como aquele era tudo o que ela queria.