Sou tâmara
Lembro-me do dia em que, pela manhã, fomos nós três comprar frutas para o Natal. Eu, você e o tio Gusto.
Andamos pela feira provando as frutas e cumprindo aquela pequena missão de prover a cesta de Natal com as mais belas e gostosas frutas que pudéssemos encontrar. Cada fruta foi
devidamente lavada e disposta da forma mais bela na cesta de vime. Arrumar as frutas era como o trabalho de um pintor, ele pensa na harmonia de cada detalhe para agradar os olhos
de quem prestará atenção ao seu quadro.
No entanto, na noite de Natal a cesta ficou
esquecida em um canto. As cores, texturas e aromas das frutas não chamaram a atenção, ao
contrário das sobremesas tradicionais, que acabaram no mesmo instante em que foram postas à mesa.
As sobremesas foram feitas com muito amor, mas elas não guardam aquilo o que as frutas guardam, a essência de si.
Penso que deveríamos ser mais como as frutas no Natal e menos como as sobremesas tradicionais. Não importa se ninguém nos veja, o que importa é que somos belas por sermos justamente quem somos.