O CALICE DA LOUCURA

O CÁLICE DA LOUCURA

No intimo do homem

Oferece-se um cálice

Do seu suor.

Vidas de intenso amor

Cicatriz em alto relevo

Gravada na alma.

Um céu sorri agora

Minha interrogação pára toda a casualidade.

Houve uma causa

e as conseqüências foram inevitáveis.

O que me fez ser diferente deles,

foi o amor que sentia por eles.

Houve em mim algo menos para eles,

mas que fez-me ser maior do que eles.

Não existia afirmação,

Procurei-me na noite,

Não estava na praia.

Procurei-me outra vez,

Não estava na igreja,

Mas o sino badalava,

Então me vi no seu badalo.

Vagava eu sobre as frontes

Das noivas da vila,

Nas contas dos terços das anciãs.

Ninguém ali falava...

Tudo um dia vira ser de dor.

É um prego fincado no meu pé.

é A tv que explode os úteros

O homem de plástico levará

anos para se decomporem,

As decisões sem as mulheres,

e os perdidos que não pensam

jamais voltarem estarão bem longe

de todas as vozes do passado,

lá se vão pelas trilhas da floresta ruiva,

sem se importarem com leis justas,

Meu vicio é fina flor,

força da queda d”água

“Que dobra as asas de um beija flor”.

Esse calar essa tortura.

esse sorriso que corre pela trilha

e faz tremer de frio meu verão.

Calo minha ira,

logo passo, a te viver.

mesmo levando a dor numa trouxa de trapos

pelas BRS afora, naquele dia.

sem tal interrogação.

O mundo tem seus limites

e eu fui seu vise e versa.

fui em vôos rasantes

a ira alada pelo quarto,

quebrando-me sigo.

Solto-me por inteiro

da insiguinificante dor.

Pranto, dor e ego.

Jorra; exala o cheiro de sangue

pela parede flamingo,

em cada canto

aspiro gotas de rosa.

Mas vejo a ilha cercada de tubarões.

As vezes tenho ânsia

de partir por ai,

parir por ai.

Aí...

aqui tem briga,

aqui tem gente,

ciúmes e sede(sangue).

Seu vento empurra a porta

Uma luz bate na parede

Que geme...

A janela mostra os montes

E alguém correndo lá fora.

Quem sou?

As vezes me pergunto,

por que as vezes sou muitos

como na maioria das vezes

nada sou.

Sou pedreiro, tenho muitos

calos nas mãos,

o ponteiro é o lápis

e a cabeça o martelo.

Não tenho metro,

apenas a colher e a marmita

o dia e a noite para chorar

nos braços de minha fada morena.

Minhas mãos tem calos

meus pés de cimento nas andanças,

sou pedreiro.