A NOITE ORGÂNICA

Por entre os guetos, ecos,

Há sussurros e gemidos;

Ululam mendigos nos becos

Há lamúrios e vagidos.

O "silêncio" é profundo,

Exala uma febre quartã!

Na urbe vagueiam vagabundos

Num gesto calmo, e tantã!

Os olhares tão escusos

Entreolham-se, se esgueiram;

As pessoas em atos escusos

Estrebucham-se, se esperneiam!

Nas celas carcerárias

É angústia pungente,

E, a massa proletária

Barganha insultos repelentes!

Nos esgotos sujos, imundos,

Ratos chafurdam a assembleia;

Vermes negros, moribundos

Fuxicam a minha ideia!

“Os cães ladram,

A caravana passa.”

Uma bala perdida

Macula a vidraça!

O deus do sono é Morfeu.

Assim, aqui, penso eu

Na poeira, na bagunça:

A noite é uma criança?!

Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 23/07/2023
Código do texto: T7843600
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