PERIGOS DA NOITE 2 IND 14 ANOS

O carro segue e o morador de rua ali sem se mover naquele colchão ensopado de seu sangue.

Amanhece, Monique sai de sua cama e olha no espelho, procura por qualquer marca no corpo, até que a porta do quarto é aberta.

- Mãe.

- O que foi aquilo, seu pai esta furioso?

- Eu só peguei carona com o amigo do Rodrigo e..........

- Quem é este tal de Rodrigo?

- Colega da Tânia.

- Olha, essa Tânia, com certeza mais uma colega de baile ou seja lá do que for.

- Pare mãe, são gente boa, olha eu estou aqui.

- Sei, quase matou a gente.

- Tenho que me arrumar, vou trabalhar.

- Ainda bem que se lembra que tem emprego.

- Sim, mãe, te amo.

Na sorveteria Planalto onde Monique trabalha há dois anos, ela abre o lugar, colocar os igridientes da primeira massa a bater e limpa o lugar, preparo pronto, vão para os baldes e freezers, tudo limpo ela organiza os talheres e outros objetos, logo chegam os outros dois atendentes e o dono do lugar.

- Bom dia.

- Bom dia Gabriel, Lucas, seu Otávio.

- Bom dia.

- Vocês viram que loucura, não falam de outra coisa.

- Eu vi.

- O quê?

- Não assistiu o jornal Monique?

- Não, o que foi?

- Veja.

Gabriel passa seu celular para Monique que ao ver os primeiros segundos do vídeo sente seu corpo gelar.

- O que foi Monique, esta passando mal?

- Não, só acho tudo uma selvageria.

- Pois é, pena que não focaram bem, mais logo vão identificar estes monstros.

- Tomara que sim.

Monique pede licença saindo dali vai ao banheiro onde lava o rosto e logo retorna, Otávio avisa que esta pronto o segundo sabor.

- Vou colocar para gelar.

- Sim e coloque nos potes aqueles 3 de ontem.

- Sim, já vou fazer seu Otávio.

Ali no reservado ela coloca o segundo sabor já deixando outro no preparo e leva ao freezer, retira os 3 baldes e leva para máquina que bate novamente para aerar e assim vai enchendo os potes que serão vendidos.

- Tudo certo ai?

- Sim seu Otávio.

- Vou ao banco, quando chegar eu te libero para o balcão.

- Sim sr.

Assim que o homem sai, Gabriel surge ali.

- E ai o que o seu malvado disse?

- Vai me colocar no balcão.

- Tá vendo, sabia que ia te perdoar.

- Ainda nem sei por que fui parar aqui.

- Já te disse, tudo fruto da língua da Bianca.

- Não pode ser, ela é tão legal.

- Você que é ingênua mesmo.

- Acha que ele vai melhorar meu salário depois disso?

- Com certeza que não, afinal, sabe que ele é super muquirana. Risos.

- Sério Gabriel, dois anos aqui e não consigo juntar nada.

- Já te disse, se esforce na facul, assim que puder, fuja deste lugar.

- Nisso tem toda razão.

- Mais mudando de assunto, é impressão minha ou você ficou mais chocada que todos pelo vídeo?

- Só não gosto de ver tanta maldade.

- Sabe, acho bem fofo isso em você.

- E a Maitê, o que ela achou deste vídeo?

- Nossa você é gelo mesmo, quebra qualquer assunto.

- O que foi dessa vez, terminaram outra vez?

- ela decidiu que vai noivar.

- Com quem?

- Um cara lá do jiu jitsu.

- Nossa Gabriel, foi mal mesmo.

- Todo mundo já dizia, ela estava me usando mesmo.

- Ainda ama ela, não?

- Como pode ver, sim, mais logo passa.

- Bem vou terminar logo isso, antes que o sr patrão retorne.

- E eu vou para o balcão, viu que o Lucas ainda não me gritou?

- é mesmo, mulher dessa vez?

- Sim, uma coroa, tá soltando a grana pro muleke.

- Sabe, vocês dois são loucos. Risos.

Gabriel sai e Monique continua ali a encher os potes nisso toca seu celular.

- Oi.

- E ai amiga?

- Tânia, você viu o vídeoa?

- O do morador, sei, achei horrível.

- Preciso falar com você.

- Sei lá na facul.

- Não, passa em casa antes.

- Tudo bem.

- Tenho que continuar aqui e..........

- Fui beijos.

- Tá. Desligado o celular, ela continua até ouvir o som de mensagens, ela pega e visualiza.

- Puta que pariu, o que este muleke quer?

Tempos depois mais aliviada no trampo, ela liga e quem atende do outro lado, Rodrigo.

- E ai?

- O que foi cara, ficou louco?

- Sabe que logo vão chegar na gente.

- Eu não fiz nada.

- Eu sei, por isso quero falar contigo.

- No fim da aula, na facul.

- Eu te procuro lá.

- Falou.

- Falou.

Ela guarda o celular na bolsa e desliga o preparo do oitavo sabor que ela coloca no balde para levar a gelar quando Otávio chega.

- E ai pronta para o balcão?

- Sim seu Otávio.

- Que bom, só não quero problemas com outros fregueses.

- Fique tranquilo, não haverá.

- Certo, então se arrume e pode ir, logo chega um garoto que contratei para este tipo de serviço.

- Obrigado seu Otávio.

- Sabe que vou ficar de olho, qualquer problma será sua demissão.

- Sim sr.

Monique arruma o cabelo frente ao espelho no banheiro e coloca o avental de trabalho, um kepe na cabeça e sai para o balcão, o lugar já esta com quase todas as mesas cheias.

- Nossa, bem movimentado hoje?

- Graças essa luz, bem vindo sol.

Intervalo de aulas na facul, Monique sai para fora e logo Tânia vem a ela.

- Poxa, como eu pude ter deixado você sozinha com aqueles dois.

- Eu preferi ficar, você não tem culpa alguma.

- E seu pai?

- Eles não sabem de nada, pode deixar eu cuido disso.

- Olha, sabe, te olhando assim, até parece que você gostou do que eles fizeram.

- Pare Tânia, sabe, eu é que fico um tanto assustada em ver tua reação para com eles, são seus amigos.

- Como dizia meu avô, colegas de ruas, só isso.

- Pois para mim, são seres humanos, o único louco deles é o Felipe, foi ele que fez toda a merda.

- Acorde, o Felipe é unha e carne com o Rodrigo.

- Eu sei, mais é diferente do que você pensa, o Rodrigo tentou por tudo parar o Felipe.

- Teatro, tenho certeza que foi por você estar lá, por sorte o cara lá não morreu.

- Mais esta entre a vida e a morte no hospital.

- Tomara que morra, só assim vou ver um deles na cadeia.

- Vire essa boca para lá, nossa, Tânia você se alegra com o mal.

- Eu, tem certeza que sou eu, acho que não, por que não fico de carona com machos e assassinos.

- Olha, não vou ficar aqui para não perder nossa amizade.

- Eu sei, vai atrás dele.

- Vou mesmo.

Monique sai dali um tanto abalada com a atitude de sua amiga e segue para o sanitário, no caminho ouve um assovio e olha, Rodrigo e Alex ali ao canto do quiosque de vendas de salgados.

- Oi meninos.

- O que houve, sua amiga te pertubou sobre a gente?

- Deixe ela, de tudo eu sei que não esta errada, ter ficado e vindo com vocês não foi das minhas melhores escolhas.

- Afinal somos jovens, ás vezes, temos de fazer merda.

- O que o Felipe fez foi horrível, aquele cara é um monstro.

- Vai denuncia-lo|?

- Deveria mais sabe, tenho que cuidar de minha vida, se aquele homem sobreviver, ele que o faça.

- Falou bem hein.

- Porém, nunca mais eu saio com aquele louco, psicopata.

- Te admiro Monique, quer ir para um barzinho depois?

- Não, tenho que estar no trampo bem cedo amanhã.

- Mais a lanchonete la´, só serve sorvetes e abre ás 10.

- O que foi Alex, esta me seguindo?

- Eu não, só passei lá e te vi.

- Quando?

- Ontem.

- Mentiroso.

- Certo, hoje, eu ia entrar e te agradecer por ter ficado no cuido ao meu lado.

- Sei, agora tenho que ir ao banheiro antes que toque o retorno as aulas.

- Falou.

- Falou.

Monique segue os rapazes se olham ao longe Felipe faz sinal ligando a lanterna de seu celular.

Na sala, os alunos se esforçam nas atividades propostas pelos professores e Monique é a primiera a terminar a lição saindo um pouco antes do final e com autorização sai da facul, segue para o ponto de ônibus que logo pára ali e ela entra a espera de outros que irão tomar o coletivo para seus bairros.

Em outro bairro, Cláudia bebe mais uma taça de vinho na companhia de Felipe.

- Você fica cada vez mais linda bebendo.

- Eu sei, seu irmão falava o mesmo.

- Porra você sabe bem quebrar o clima.

- Que clima, ficou louco, logo serei a sua madrasta.

- Você sabe como dar o golpe, é bem uma filha da puta.

- Olha como fala garoto, posso te dar umas boas palmadas.

- Mais diz ai por que deixar aquela sonsa da Monique nesta situação?

- A Monique é aquele tipo de bom anjinho que eu detesto numa franga.

- O que vai fazer?

- Agora temos de levar para o segundo ato.

- Vai mesmo colocar meu pai neste jogo?

- Oras, eu não sou mulher de ficar fugindo de uma crise assim, do nada.

- Devo ter medo de você?

- Só um pouco, faz bem para a pele, sabia.

ricoafz e IONE AZ
Enviado por ricoafz em 17/07/2023
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