CERTA CHUVA DE VERÃO

No horizonte era de início uma imensa nuvem em tons azul-turquesa que avançava com seus gigantescos tentáculos, por sobre as expectativas espantadas e incrédulas de muitos.

Primeiro o fenômeno celeste enviou ventanias avassaladoras, logo vieram também os raios cortando os ares e os tenebrosos trovões completavam o grandioso espetáculo. Tudo apenas para anunciar a ansiada aproximação do poder eminente dos céus.

Um misto de alegria, surpresa e apreensão invadiu o imaginário dos que, impotentes e indefesos aguardavam o pesar inevitável da mão da mãe natureza, em forma de temporal.

E quando finalmente desabou a mega onda do firmamento, começou-se uma tremenda lavagem, uma abrupta centrifugação nas possibilidades e depois, uma demorada e necessária enxugada nas perspectivas.

Outro redemoinho de sensações foi deixado, depois daquele temporal.

Mas agora o solo agradecia, a fauna suspirava e a flora sonhava com um novo tempo futuro. Não, definitivamente não fomos esquecidos dentro de um eterno verão.

Depois da tempestade vem sempre a esperança.

Franck Terranova
Enviado por Franck Terranova em 12/07/2023
Reeditado em 11/01/2024
Código do texto: T7835133
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