Casquinhas de Casquilho
cronicas-->Casquinhas do Casquilho -- 05/10/2013 - 11:48 (Brazílio)
Não tinha Bartó, nem Ptó: era só Lomeu o nome seu. Viera ali do Casquilho, Casquio na linguagem corrente, daquela gente de muitos Moreiras, e Lemos, que se agrupara em torno duma pracinha quadradinha, ponteada por uma igrejinha ali na margem esquerda do São João.
Povoado seria até muito para descrever aquele amontoado de casinhas, o que dá melhor ensejo pra colocar o Casquio no patamar de lugarejo. Com o barro bom pra cerâmica, potes, panelas e tigelas passaram a ser associados com o lugar e a sua gente, que saía a vender sua mercadoria em toda vizinha freguesia.
Mas se Lomeu ali nasceu e cresceu, pra outras plagas mirava o olhar seu: sem a habiliade ou vontade pra amassar e moldar o barro, atravessou o rio e foi fixar domicílio em São Gonçalo do Brumado, lugarzinho mais aprumado, onde a companhia de tecidos empregava e até o trem passava.
Seus anos bons, deu-os pra `fapa` e pra criar a família, de boa meia dúzia, só meio numerosa, mas muito harmoniosa, ao lado de sua Rosa. Ei-lo agora, de costume sedimentado, ali na janela, em fim de tarde em que o sol já pouco arde, a espiar e a caçoar com um ou outro transeunte que perambula com rumo certo e pra bem perto, a levantar poeira só pra matar a leseira.
Até que Rosa o chama, nada de drama, ou de quimera: a janta. A mesa já o espera, antes da cama. Tevê, nem era.