A jovem sonhadora
Havia uma necessidade de se libertar. O corpo pedia, mas a alma se retraía. Decidida a implodir seus traumas e se explodir em desejos, entregou-se às lascívias da juventude.
No início tudo extasiante, surreal, prazeroso, assim definia seu bel-prazer.
As baladas, as bebidas e a vida noturna se tornaram companheiras inseparáveis.
Com o passar do tempo, o dinheiro, viagens, amizades, a juventude e os amores se esvaíram.
Conheceu um ser evasivo, vivido e envolvido com forças ocultas.
Buscava-lhe refúgio somente, porque amor, jamais teria e a violência na alma doía mais que a física.
Surgia assim a gravidez, uma esperança à felicidade. Dois divinos anos de felicidade.
Já no ano subsequente a infelicidade ressurgia em forma de misoginia, tortura e prisão. E, na dor mais intensa que tivera nessa vida; o filicídio e o conjugicídio. Não se sabe os motivos que a levaram àquela atitude criminosa.
Novamente sozinha. Presa, condenada, julgada pelas leis dos homens, os estupros na cadeia, a dor emocional e moral... restou-lhe a loucura, outrora beleza e ambição diante da impulsividade de uma jovem sonhadora.