SUSPIRO
Levando as crianças para escola.
Andando em círculos pela casa, pintando quadros. Intrínsecos. Esses caras se acham definitivos, idiotas. Escrevo palavras foram do tom, testando-as, repetindo sem métrica, até chegar em alguma coisa. Então vejo uma imagem, e lá está, sem muito contexto, porém com início, o tal do tom. Fico deitado no chão, de barriga para baixo, contato. Batendo o dedo contra parede do chão, esperando uma reação. Celular quebrado, alma rica, escrevendo, me mantendo firme. Deixo a caneta expurgar meus demônios, preciso deles presentes, para lembrar quem realmente sou.
Olhando pela a janela, desconfiado, esperando algum intruso invadir meu reino, perdido. Minha família está quebrada, minhas relações estão em crise. Onde está todo o dinheiro? De que vale o esforço. Estou calado, perplexo, paralisado. Estou falando, mas as fonéticas não saiem. Estou em crise.
Sentado na poltrona, o som do relógio me acompanhando. Meus olhos são janelas, meu interior uma casa bagunçada. Estou presente, suspiro.