Juliano e a mãe da boneca
Juliano estava em casa e seguia apressado para o quintal, mas tropeçou no brinquedo que estava no chão da sala e resmungou bem alto:
- Quem deixou essa boneca no meio do caminho?
De repente, enquanto concluía a frase, um furacão passou rápido do quarto até o local em que ele estava.
É minha filha, papai. Eu deixei ela aí porque estava chorando muito e eu já estava cansada de cuidar dela. Disse Bia, de quatro anos.
Juliano trocou a feição pesada e aborrecida de seu rosto por uma gargalhada gostosa, dessas que saem de forma espontânea.
Essa aqui é quem, Bia?
Disse Juliano, já mais leve e com um olhar iluminado, enquanto entregava "sua neta" aos braços da mamãe Bia, que gentilmente dirigiu-se ao quarto outra vez sem que desse uma resposta ao "vovô da sua filha".
Juliano, por sua vez, seguiu seu rumo em direção ao lado de fora da casa... sem raiva, sem mágoa, sem pressa, e cantarolando uma canção qualquer...