FILME DE VIDA
Suzana guarda as roupas na gaveta, Eugênia passara as roupas durante a noite, agora ela ali estica os lençóis na cama dos 3 filhos do sr Eduardo, um viúvo de 43 anos com filhos de 15, 12, 10 anos.
- O judiação, só de ver essas fotos me dá uma tristeza que só.
Ela limpa o porta retrato colocando de volta no criado, neste a falecida com marido e filhos, tem 6 meses que ela se fora deste mundo.
Jaqueline entra ali, chama a mulher para ajuda-la, já que os peões trouxera dois porcos para serem limpos e cortados.
- Eita que povo apressado de meu Deus.
Deste jeito Suzana fecha o quarto, corre junto de Jaqueline pelo corredor de 12 peças, sendo 8 quartos, 2 salas e 2 banheiros só ali, do outro lado da grande sala, outro corredor com 3 quartos pequenos, cozinha, lavanderia, biblioteca e escritório.
Na cozinha, Ademar termina de colocar as buchadas na bacia, Jaqueline já deixara 4 panelas grandes ao fogo na linha, do outro lado Percival ja vai jogando água fervente no porco e Suzana passa a faca afiada retirando todo pêlo do bicho, em quase uma hora, tudo cortado e limpo, colocados em porções nos sacos plásticos e destinados aos freezer's da fazenda.
Sim, estamos na fazenda São Luiz, a uns 30 km de Bataguassú M S, seu Eduardo herdara esta e outras 3 sendo duas no M S, perto dali e uma no Pará.
Seu Lourenço entra ali de botas de cano olha para os peões e os manda para o pasto, tem gado a ser cuidado e logo chega o caminhão para embarcar 15 cabeças, vão para o frigo da família.
Juliana chega neste momento ao lado de um rapaz.
- Onde esta meu tio?
- Bom dia dona Juliana.
- Bom dia gente.
- E o moço, seu namorado?
- Quer sempre saber demais né Suzana, vá chamar meu tio.
- Tô indo.
Suzana sai dali seguindo para o escritório, logo vem com o Eduardo.
- O que houve Juliana?
- Bom dia tia.
- Bom dia.
- Trouxe o André, ele terminou a administração com foco em agronegócio.
- Sei, tua mãe me ligou dizendo, vamos para o escritório.
- Sim tio. Eles seguem para o escritório e Suzana olha para a moça com certa raiva.
- Oh menina chata, não desce deste salto infeliz nunca.
No escritório Eduardo conversa com eles e nisto faz uma entrevista com André, 23 anos, alto, magro, filho de gente conhecida na cidade, teve pai vereador mais ultimamente estão decaindo no que diz respeito ao financeiro.
- Vamos ver, você começa amanhã, te quero aqui ás sete e trinta, não tolero atrasos.
- Não terá seu Eduardo.
- Certo.
Juliana olha ali atrás do tio, as telas onde passam o rotineiro da fazenda inclusive da cozinha.
- É tio, ainda tem essa mania de ver tudo?
- O olho do dono que engorda seus bois.
- Sei, meu pai também diz o mesmo.
- Tem de dizer, afinal ele aprendeu com quem mesmo?
- Com o senhor tio.
Os jovens vão saindo quando Eduardo chama atenção de Juliana.
- Olha minha sobrinha, não quero que trate as empregadas ou empregados mau, tenha respeito e os trate bem.
- Me desculpe tio.
- Se sabe que vou chamar tua atenção, por que insiste hein?
O almoço é bem farto em bistecas, macarrão, arroz, feijão, saladas, mais os garotos não ficam um dia sem comer ovo frito feito por Suzana.
- Nossa, muito bom Suzana, obrigado.
- Oras, o que vocês quiserem, eu sempre vou fazer.
- Você é uma fada na cozinha, é o que sempre a mãe dizia.
O silêncio fica ali e Eduardo o corta chamando os garotos para a sala onde vão jogar um pouco de games.
As mulheres lavam tudo e Jaqueline leva as sobras e restos ao chiqueiro dos porcos e deixa algum para as galinhas.
Esta vindo o natal, Eduardo prepara tudo com ajuda do gerente Sandro para que ele possa se ausentar por duas semanas com os garotos, vão para a Argentina visitar a vó deles por parte de mãe.
- Pode deixar patrão, vou tomar conta de tudo.
- Sei que vai, fique de olho naquele André, reveja os documentos quando ele for.
- Sim, farei isso.
- Qualquer dúvida, ligue para o Neto o advogado, ele saberá o que tem de ser feito.
- Sim sr.
A fazenda continua sendo gerida como se o senhor Eduardo estivesse, Sandro toma conta de tudo, ordena os peões e atende aos pedidos das empregadas, por rádio amador ele controla as outras fazendas e quando André vai embora ele entra no escritório e toma nota de tudo ali, tirando fotos e faz vídeos que são enviados ao senhor Eduardo toda noite no mesmo horário.
As semanas passam e numa sexta chega o avião, desce os garotos e o pai trazendo uma companhia.
- Oi seu Eduardo fez boa viagem?
- Sim Suzana e vocês?
- Tudo bem por aqui senhor.
- essa aqui é a Regina, prima da minha falecida esposa, ela vai ficar com a gente.
- Prazer dona Regina.
- Olá, você é Suzana?
- Sim. Todos ali aposentados, os garotos correm para os quartos e Regina olha a casa da fazenda em seus detalhes até que Jaqueline.
- Oi dona Regina.
- Jaqueline você não?
- Sim dona Regina.
- Hoje teremos frango assado, milho e arroz grego.
- Bom, só que eu não como carnes.
- De nenhum tipo?
- Não, pode fazer salada e legumes na grelha?
- Faremos sim dona Regina.
Na cozinha assim que Jaqueline conta as novidades e o pedido para Suzana.
- Sabia, essa galega vai ser o inferno.
- Olha quem esta falando, sempre puxou o saco desta gente.
- Preciso do trabalho, você também, mais vá escrevendo, trouxe essa daí para fazer da nossa vida um martirío.
- Pois é, você vê, os meninos comem de tudo, seu Eduardo nunca reclamou.
- Mais é sempre assim, pobre tem que se lascar, sempre.
- E então?
- Então o quê mulher, a gente é funcionário tem que fazer o que a dondoca manda e pronto.
- Pois vamos né.
- Prepare a grelha, vou cortar os legumes.
- Eita mulher enjoada da gota.
260423................. FIM.