MINHA SEPARAÇÃO

 

Ao chegar em casa cansado, louco por um banho relaxante, estranhei que nesse dia não havia a recepção calorosa dos filhos como os demais dias, apresentou-se a esposa Maria Tereza tremula... O que houve? Sentou-se a meu lado e disse: quero me separer não te amo mais, me escute, estou apaixonada por outro. Meus filhos tentaram decer a escada, pedi para voltarem que depois subiria e conversariamos. Seus olhinhos tristes, Alessandra 17, Marúcia 16 e Vinicíus 12. Pensei, a trégua esta lançada, não haverá discução é a minha vez, agora fá-lo por mim, só preciso conversar com os filhos, já destes teu recado o que me move nesta vida esta lá em cima me aguardando, depois conversamos... Pensei, preciso ser forte o suficiente, pois nem eu ainda consigo entender essa mudança repentina que esta acontecendo. Maria Tereza vou subir, devo explicações mesmo não sabendo quais vou dar  para me corrigir se estiver errado... A conversa foi muito triste, mas calma. O Pai amoroso, amigo, sensivel, protetor, quase desmoronando, se segurando, para explicar o inexplicável... Acredito que o vínculo amoroso entre nós superou qualquer explicação aceitável para o momento tão triste... Não julguei o mérito da notÍcia, assim como não entrei em batalha,  pois para mim já estava perdida, o casamento havia acabado mesmo sem eu saber. Agora minha preocupação seria a convivência diária com meus filhos, precisava ser repensada, projetada para permanecer em suas vidas... Pois não teria mais a convivência diária, pois a vida nos apresentou uma irremediável mudança. Foi muito difícil fazer as malas e considerar que depois de tanto tempo o amor estagnou mas acontece, um raiar íntimo, inteiro e uno fez com que despertasse em mim a eterna necessidade de sentir, viver, agir, acenar a bandeira branca da paz a este impulso tão verdadeiro, tão real, tão assustador, mas necessário. Me conformar e manter o coração focado ao amor pelos meus filhos.