Sedutora

Jeane nasceu no início da década de 1950 em uma vila onde tinha uma bela praia ensolarada o ano todo.

Nasceu bela e cheia de encantos.

Foi crescendo e se transformando em uma linda mocinha que não escondia seus desejos e todo o fogo que ardia nela.

Aos quatorze anos ficava espionando o namoro de seu irmão no canto da praia e ardia de vontade de estar também com um namorado ali. Ela se amava sozinha, tocava o próprio corpo e gemia de prazer.

Ela se expunha para os rapazes da vila e para os turistas quase implorando que eles percebessem a bela mulher em que estava se transformando.

E eles a cobiçavam.

Ela se oferecia.

E nunca chegava aquele que ela realmente queria que a transformasse em uma mulher.

E seu pai, homem rígido e conservador, a vigiava de perto. Não queria que se perdesse.

A mocinha tinha que se guardar pro marido.

E ela tentando burlar a vigilância do pai.

Até que quando Jeane tinha dezessete anos chegou por lá um professor. Ele se instalou em uma casa pequena, mas aconchegante.

Era um homem bonito e jovem. Vestia-se com elegância e era charmoso.

Jeane olhava pra ele e seu corpo ardia de desejos proibidos.

Ela começou a se oferecer. Ele tentava resistir àquela mulher inteiramente linda.

Um dia ela foi até a casa dele. Ele tentava resistir. E ela investia e se oferecia.

Por fim ele se deu por vencido e a tomou nos braços e satisfez as vontades dela, saciou toda a sua vontade.

A mocinha finalmente se tornou uma mulher.

E todos os dias enquanto a vila dormia ela se enfiava na casa dele. E ele lhe ensinava sobre a vida, sobre o mundo, sobre as letras e sobre a arte de amar.

E ela aprendia tudo, sobretudo sobre a arte de amar. E ela se tornava uma mulher plena e ardia de desejo nos braços dele.

Mas o disse me disse chegou aos ouvidos do pai da assanhada Jeane.

E ele a pegou bem na cama do professor. Ele a levou pra casa arrastada. Chegando em casa ele lhe deu uma surra de deixar marcas e feridas.

O professor foi embora bem depressa antes que sobrasse pra ele.

Por muitos dias ela não teve coragem de sair de casa. Além do mais estava proibida de sair pelo pai que passou a vigiá-la ainda mais de perto.

Aos poucos a sedenta mocinha foi dando um jeito de burlar a vigilância do pai.

Tempos depois chegou por lá Abelardo, empresário milionário. Ele estava de passagem, a negócios na região.

Logo Jeane colocou o olhos nele e lá foi se insinuar e se oferecer.

Não perderam tempo. Bem depressa estavam se entregando ao desfrute e ao prazer.

E ela mostrou a ele tudo que aprendeu com o professor e o deixou louco.

Dois dias antes de ir embora ele conversou com ela:

-Tenho algo a lhe dizer

-Pois diga.

-Estou encantado com você. Você quer ir embora comigo?

-Ir embora com você? É sério? Mas eu sou tão simplória. Não estou à sua altura. Quer se casar comigo?

-Ninguém falou em casamento. Eu já sou casado. Quero que você seja aquela que me espera linda, fresca e gostosa pra me dar prazer.

-Quer uma amante?

-Não precisamos rotular. Quero você pra mim, quero você sempre disposta a me enlouquecer. Posso fazer de você uma rainha. Dou tudo que você quiser. Desde que esteja sempre pronta a me satisfazer.

-Eu nunca quis ser rainha, nem penso em ter nada. Só tenho esta vida aqui, é a única que conheço. Só quero ser mulher, ser fêmea e apagar meu fogo nos braços de um homem.

-Venha comigo. Você terá isto e muito mais.

-Promete que não vai me deixar sozinha e desamparada?

-Nunca. Enquanto você for esta mulher que sabe fazer loucuras na cama, você terá a minha proteção e será minha rainha. Mas quero que saiba que jamais vou me separar de minha mulher.

Ela o abraçou:

-Não me importa. Eu vou com você.

Jeane se preparou e fugiu com Abelardo.

No dia seguinte foi um alvoroço na cidade. O falatório era geral. A desmiolada Jeane fugiu da cidade com um homem.

Sua mãe estava desolada e queria que o marido mandasse alguém atrás dela e ele só respondeu:

-Nunca tive filha vagabunda. Se ela escolheu este caminho, pra mim está morta.

E a mãe chorava e se desesperava.

E o povo falava.

E lá se foi Jeane.

Abelardo cumpriu sua promessa e a transformou na sua rainha.

E ela cumpriu sua promessa e dava ele o mais ardente dos prazeres.

O tempo passou e ela nunca mais voltou em sua terra e nem dava notícias por medo do que seu pai pudesse fazer.

Jeane foi a amante, a outra enquanto Abelardo viveu.

Ele a deixou amparada e com recursos pra viver bem pelo resto da vida.

Nádia Gonçalves
Enviado por Nádia Gonçalves em 02/05/2023
Reeditado em 03/05/2023
Código do texto: T7778490
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