Um e outro. Ou: Dois bombons.
Estava a mãe, à mesa, com seu filho e duas visitas, sobrinhos dela, e, consequentemente, primos dele.
A mãe pôs sobre a mesa uma bandeja com dois bombons do mesmo tamanho e do mesmo sabor, e de igual marca, dois bombons, enfim, idênticos, e disse para os seus sobrinhos, falando para o que lhe estava mais próximo: "Pegue um para você; o outro é do seu irmão." E assim que o sobrinho para o qual tais palavras foram ditas avançou a mão direita em direção ao bombom que de si estava mais próximo, o filho da sua tia, seu primo, perguntou-lhe, como que o reprovando: "O que você está fazendo?!" E o sobrinho da tia - ao qual tal pergunta foi feita - sobrinho que já prelibava do prazer de degustar o bombom, recuou a mão, surpreso, voltou para seu primo a atenção, a indagá-lo com o olhar o porquê de tal pergunta. Antes que alguém lhe fizesse alguma pergunte, o filho da mãe disse para seu primo, o que ia pegar o bombom: "Você não pode pegar este bombom, e nem aquele, pois minha mãe não definiu, dentre os dois bombons qual é o "um" e qual é o "outro"." A mãe, que conhecia muito bem seu filho, disse, apontando para um dos bombons: "Este é o "um". e para o outro: "E este é o "outro"." E assim que o sobrinho de sua mãe fez que ia pegar o "um", o filho dela falou-lhe, num tom elevado: "Não. Não. Você não pode pegar esse bombom, e nem aquele. Os dois são iguais. A minha mãe tem de nos dizer de quais critérios científicos, filosóficos e linguísticos lançou mão para definir, dentre os dois bombons, qual é o "um" e qual é o "outro." Enquanto ela não apresentar os conceitos..." Neste momento, os dois sobrinhos de sua mãe avançaram cada qual ao bombom que lhe estava reservado e com ele encheram a boca.