O MENINO QUE QUERIA SER TARZAN

Nascido no interior em uma pequenina cidade, o menino, tinha um estranho desejo, estranho sim, não por desejar ser um herói da tela do cinema. Mas, justamente por querer ser um super-herói bastante defasado nos dias atuais, e pra melhor dizer querer ser o Tarzan em pleno século XXI, é um fato no mínimo curioso. Numa época em que as crianças desejam ser o Homem Aranha, O Ronaldo Cristiano , etc.Mas como nesta vida para tudo existe explicação, vamos tentar traçar em algumas singelas linhas esse fato bastante curioso que chamou a minha atenção, já que esse escritor, admirou o Tarzan, numa época em que não havia computador, vídeo-game, MP3, carro elétrico, celular, inteligência artificial etc.etc.

O menino tinha cinco anos, mas conhecia quase tudo do seu herói, conhecia o seu jeito de andar o seu grito forte e o seu tipo de roupa, quando ele falava em Tarzan era algo sublime que o enternecia, seus olhinhos, ficavam brilhando e a sua voz era tomada de uma candura angelical, o assunto para ele era bastante sério, não passava pela sua cabecinha de criança sonhadora, outra idéia que não fosse ser o Tarzan, desapontá-lo seria uma crueldade, passei a ouvi-lo, e a entrar no seu mundo de fantasia e delírio, inclusive o incentivei bastante a querer ser o Tarzan.

Lhe fiz algumas perguntas sobre a vida do seu herói e ele respondia com bastante desenvoltura, inclusive demonstrou como o Tarzan andava na selva, quando enfrentava um momento de perigo, ensaiou até o seu potente grito, quando chamava alguns elefantes, para o ajudar em alguma tarefa mais difícil.

E após alguns minutos de um dialogo meio infantil porém sério, para aquele menino, eu consegui descobrir como nascera a sua paixão por Tarzan, tudo começou quando na sua pequena cidade, a prefeitura exibiu em determinado local público, alguns filmes do Tarzan, aquele mundo hoje inexistente da floresta, com seus crocodilos, macacos, e elefantes encheu os olhos e a alma daquele menino, que se transformou no maior fã do Tarzan.

Tirar aquela idéia da sua inocente cabecinha, seria causar um trauma sem a possibilidade de reversão, o jeito era fazer ele continuar, naquela inocente fantasia, e assim a nossa conversa prosseguiu por algum tempo, foi um papo bastante interessante, aquele menino me fez lembrar, que um dia também, eu já quis ser o Tarzan, mas que o modelo do mundo atual me fez esquecê-lo, confesso que tive até um pouco de vergonha, pois eu fui um traidor do Tarzan, deixei-o morrer em minha lembrança de homem ocupado, e quero pedir desculpas ao meu herói, que mesmo fora de época, ainda conseguiu povoar de boas coisas, o mundo daquele menino do interior.