Irreversível II

Era um dia qualquer, nenhuma data comemorativa, nem seu aniversário, quando tocaram sua campainha, atendeu mas não tinha ninguém lá, somente uma caixinha a seus pés. A caixinha era rústica parecia ser feita (e mal feita) de papelão, estava com um laço como se fosse um presente e na ponta dessa fita um pequeno bilhete. São nos menores frascos que se guardam os melhores perfumes e enquanto pensava nisso abriu a caixinha. Para sua surpresa não tinha nada dentro. Enfureceu-se. Colocou a fita dentro da caixinha e atirou-a no lixo da rua, pensando que era uma brincadeira de mau gosto.

Uma senhora que passava achou a caixinha e percebeu o bilhete que dizia: “se pudesse provar o meu amor, da natureza não tiraria uma flor, seria algo feito por mim, vindo de mim. Se pudesse provar meu amor, o colocaria nessa caixinha, mas não caberia nela sozinha. Só num infinito para ver sua cor ou sentir seu sabor”.