O vendedor de caixões

E ao longe se avista o velho caminhão do seu Peixoto, carregando uns caixões para entregar para a funerária Água viva, e como é vivo este camarada! e o homem é bom de negócio, pois este cidadão, ele mesmo fabrica, entrega e claro negocia os seus produtos como ninguém e sabe como levar no bico os seus fiéis clientes e usa de algumas estratégias maleáveis e as vezes de alguma técnica de venda pra vender seus valiosos e tais necessários caixões. E como sempre é tão amigável e conversador e conta piadas de defuntos pra aliviar a tensão da temática do tabu da morte e tira de letra qualquer coisa que se relaciona com os trâmites deste funesto e inevitável trama de passagem desta vida para a outra.

No entanto, o seu foco mesmo é nos tais negócios que trata da tal inevitável morte, e deste tal negócio, ele entende muito bem. Porque além de ter uma rede de 13 funerárias espalhadas na cidade, o feliz cidadão sabe obter lucro com a sua fábrica de caixões que está produzindo cada vez mais e numa grande produção que abastece quase todas funerárias que são suas concorrentes. Enfim, o homem não perde tempo, pois o seu trabalho é de morte e com a morte como incentivo principal em sua vida profissional. Pois como ele sempre diz quando estar numa rodada de amigos e clientes: eu prefiro confiar nos mortos, do que nos vivos! E sabe porque!? É muito simples, eles não me dão prejuízo, mas apenas lucro e isto é um negócio como outro qualquer, pois eu não mato ninguém, porém eu apenas fabrico os caixões como meio de vida.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 24/03/2023
Reeditado em 24/03/2023
Código do texto: T7748032
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