O Mal do Meu avô está no DNA.
- Bom dia, Rafa. Beleza?!
- Beleza, Chave-Mestra.
- Joinha?!
- Joinha.
- Tudo nos trinques?! De boas?!
- Quase.
- A tua cara me diz que algo não te cheira bem.
- Cheirar-me bem... bem... não cheira, não. Feder-me também não fede.
- Ou algo em ti não cheira bem.
- Não uso desodorante; perfume, tampouco.
- Tu não tens ascendência francesa.
- Certamente.
- Tu 'tás jururu.
- Tenho um motivo.
- Qual?!
- Meu avô.
- Que tem ele?!
- Preocupa-me.
- Doença?! Qual é o mal dele?
- O mal dele... Qual é? Não sei. Sei que 'tá o mal dele no DNA.
- No DNA?! Não tem cura, então?!
- Vá saber.
- É séria a coisa?!
- É.
- Mas o que é que tem o DNA dele que não possa ser remediado?!
- Ora, o DNA dele dá-nos a entender a nós todos da família que 'tá o velho para bater as botas daqui sabe-se lá quantos dias, que serão poucos.
- Meu Deus!
- ' tá no DNA do meu vô. Sabes o que é DNA, não sabes?!
- Saber, saber, não sei. Não é a minha praia a biologia. Mas posso dizer que tenho uma vaga idéia do que seja.
- É biológico, mesmo. Digo-te para que entendas o mal do meu avô: DNA: Data de Nascimento Antiga.