O Velho Dominique
Aqui, solitário, sinto frio. Mesmo com todo o casaco que uso, ainda assim meu corpo continua a tremer. Meus dentes a ranger. A noite é obscura quando não tenho você. Deito em minha cama na tentativa de dormir. Meus pensamentos me mantêm ativo aqui. Não dá pra fugir. Não dá pra viver sem ti.
Minha amada esposa Diana.
A mulher mais linda que existiu. Para mim, você foi tudo. Em minhas rezas, pergunto à Deus porque você partiu. Como resposta, meu coração se entristece. Meu peito dói, como se a saudade fosse uma faca nele cravada. E a ansiedade escurece minha visão, sinto como se esta dor não pudesse ser cessada.
Sou um homem velho, Diana. Nossos filhos foram embora, e levaram nossos netos de mim. Não tenho a força para unir nossa família como você me pediu. A solidão é dura, e muitas vezes penso em desistir. O que mais posso oferecer ao mundo? Em toda minha vida, somente o amor pude oferecer a ti. Agora, ele está enterrado, acompanhando os seus restos. E eu estou só aqui.
Seu corpo não mais me aquece. Sua voz não mais me acalma. Estou apático demais sem o seu estresse. E há um vazio impreenchível na minha alma. Não posso mais abraçá-la, então abraço o seu antigo travesseiro. Ele me lembra um pouco do seu cheiro. Lembro-me de como era bom tocar o seu cabelo, e choro em pensar que nunca mais vou pessoalmente vê-lo.
Pouco antes de partir, enquanto você estava doente e eu chorava em pensar o que estava por vir, você me dizia enquanto segurava o choro e forçava o seu sorrir:
"Homem bobo! Para de se lamentar!
Para de chorar!
Se eu morrer, eu não vou te deixar
Eu vou renascer, serei a própria lua!
E em noites escuras, olhe para o céu
Eu vou estar lá, a te observar
A te guiar, refletindo a luz solar
Quando você não me vir, nem sentir
Como a lua, eu ainda vou estar aqui!
Nessas noites obscuras"