UM DIA DE CONTENTAMENTO
Ele ia pelo seu caminho. Andando devagar. E, no mais, seus lábios se moviam. Por palavras que ele falava sozinho. Estava começando o seu dia.
Logo ao sair de casa, pela manhã, se encontrara com uma ex-namorada. Pararam e conversaram. Ao final, ela perguntou-lhe:
- Quer dizer que te marcou?
- Tudo o que vivi me marcou - ele respondeu.
- Eu sei, ou, imagino. Ela disse.
E se despediram. Ela tomou rumo diferente do dele. Ele seguiu sorridente. E entrou num café, para um desjejum, sua mulher não tivera tempo em casa para preparar um. Sem surpresa, se deparou com um colega de trabalho. Que lhe disse:
- Está indo para o trabalho?
Ele ao ver o colega, estendeu-lhe a mão. E os dois se confraternizaram. Agora, diga-se, para ele apertar a mão de um amigo e ao mesmo tempo um velho conhecido, o deixou contente. E foram os dois para o trabalho.
E, no final do expediente da tarde, dirigiu-se ele ao lar. Onde encontrou a mulher, que também chegava cansada. Há muito tempo as mulheres também trabalham fora. E ela vinha da creche, de onde trazia o filho dos dois. Ele a abraçou e beijou a criança. Ela lhe sorriu e ele ficou a brincar com o filho.
Foram depois, mais à noitinha, passear no parquinho que havia ali perto. Estavam lá, estimulando o filho para que este se entretecesse, quando passou a procissão do Senhor da Paixão. Eles se tornaram sérios, e puxaram a criança para perto de si. Ao mesmo tempo em que pediram bencãos para o final daquele dia. Acho que era sexta-feira da paixão. Rezo aqui agora, para que eles tenham passado a pedir bencãos divinas para que todos os seus dias passassem a ser um dia de contentamento.
Não quis eu dizer que um dia de contentamento tenha relação estreita com a SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO. Foi, aquilo, um desses acontecimentos que chamamos de mera coincidência. Mas, digo, que os dias abençoados e até alegres nos conduzem ao contentamento com mais facilidade.