Morada do Matuto
Onde moro me sinto feliz
Em contato com a natureza,
Respiro o ar puro da mata
Do riacho ouço a correnteza.
Em minha casinha de barro
Eu ouço o barulho do vento,
Confesso que as vezes me assusto
Mas não mudo o meu pensamento.
O lampião no batente
Nas noites ilumina a pisada,
Já me assustei muitas vezes
Com a jaracuçu enrolada.
A coruja na cumeeira da casa
Piando parece assustada,
É o gavião que voa rasante
Ela teme sua unha afiada.
Ouço o urutau lá no tronco
O seu canto parece um lamento,
Mas eu afasto a tristeza que ronda
Mudo logo o meu pensamento.
Aqui não me sinto sozinho
O bom Deus estende sua mão,
O anjo da guarda me guia
Na hora da precisão.