16-Coiseiras de Morro Seco: Chá de Cisco.
16- Coiseiras de Morro Seco: Chá de Cisco.
-Voltarete! O jogo de cartas?
Se admirou e perguntou o engenheiro que estava hospedado na Pensão da Zu. Sim o jogo do voltarete. Jogam todos os sábados lá no Ponto da Farofa.
Tal engenheiro que por ali andava em obras de linhas elétricas, é gaúcho e já tinha conhecimento da existência do voltarete porque leu o livro “Don Casmurro” de Machado de Assis.
E no sábado de tarde que tal engenheiro gaúcho com uma garrafa térmica e uma cuia de tomar chimarrão foi ao Ponto da Farofa para ver o povo jogar.
No Ponto da Farofa, um canto com dez ou doze mesas reservadas para os jogadores de voltarete. O tal chegou e foi assuntando. Despejava água na cuia e chupava um gole e mais outro na bomba.
O Zuca, engenheiro da CHESF, convidou o colega a sentar ao seu lado e foi falando e mostrando o jogo. Jogo de vazas, três jogadores, quarenta cartas. Voltarete de Respeito, ou Pede Licença, ou Voltarete Segundo...
E se entusiasmou e ali ficou até a noite. Foi para a pensão e esqueceu de levar a garrafa térmica e a cuia do chimarrão.
Dido, o garçom do Ponto da Farofa, viu, ali no canto, a garrafa térmica e a cumbuca com o canudinho de metal;(cuia e bomba). Pegou, olhou a cumbuca, cheirou, mexeu com a canudinho. Pegou o telefone e ligou para a Pensão da Zu:
-Alô!... É pra avisar o gaúcho que ele esqueceu a cumbuca.... A cumbuca do chá de cisco...