Ela passa; e o que fica na lembranças, é eterno.
Meu tio dizia;
"Ainda que o ontem fora ilustre; ele, pode se tornar eterno!."
Quando saí de minha terra natal, em meados de 1998, claro, em 12 Janeiro de 1976, na Cidade de Poá em São Paulo. local maravilhoso onde nasci. ; pensei que ao longo dos anos, retornaria para lá, ao menos algumas vezes.
É obvio que, o "de vez-enquando" para mim, tratava-se de algo atemporal,. isto, levando em consideração, a possibilidade de já mais retornar novamente para lá! Claro, que a razão é oposto de não gostar do local onde nasci, más, pelo fato de ser quase que uma "religião" sairmos de nossa terra natal e não ter a oportunidade de regresso, isso, devido às inúmeras ocupações, tais quais, nos rodeiam e por assim dizer, ¨sugam" todo o nosso tempo.
Der repente, me veio à tona, na atualidade com o passar dos anos, a frase de impacto e que impactou minha ideia de vida : "Ainda que ontem fora ilustre; ele, ainda, poderá se tornar eterno!." a princípio, não entendi com clareza o que meu tio e amigo tentou externar com essa indagação, porém, confesso que isso ficou "batendo forte em mim; em minha ideias e pensamentos" por muito tempo.
Os anos se passaram, minha rotina de vida fora acrescida de ilusões, desilusões, contratempos, vantagens e desvantagens e, dentro de todas as adversidades quais "engordaram" minha vida, senti vontade, um desejo extremamente incômodo à retornar ao meu antigo bairro, minha antiga casa, rever antigos e eternos amigos e, com eles, desdenhar de nossas histórias ultrapassadas e cheias de vida.
Fato é, que eu contara encontrar com amigos que, na época de infância, adolescência e juventude, "escreveram" na história de minha vida, construindo ali, minhas razões, emoções, vislumbre, desilusões e etc. Então, decidi sair de onde hoje resido e, com destino certo para minha terra natal. Chegando lá, por volta da 23:45h, logo de cara, o susto!! o centro da cidade já não era o mesmo! os casebres antigos e com paredes velhas de tintas envelhecidas e gastas, onde brincávamos de esconde-esconde, pega-pega, bolinha de gude, pião, passa anel e demais brincadeiras estonteantes e revigorantes, agora, deram lugar à enormes prédios e construções sem graça, sem contato com seus vizinhos. Antes, tínhamos por segurança, o vizinho quem nos espreitava nas esquinas, e quando passávamos dos limites, pela orelha, trincado nos levava aos nossos pais, quais, no corrigiam com duros sermões e, em algumas ocasiões, a surra de vara verde ou sinto de couro, quais não adiantava, porque, no dia seguinte, estávamos nos mesmos ligares, fazendo as mesmas "artes", senti uma amargura muito grande, um aperto ofegante e desmotivador que oprimia meu peito.. enfim; cheguei aqui e seguirei adiante, pensei "dentro de mim!" chegando ao meu antigo bairro, por incrível que pareça; procurei por algumas horas a casa onde vivi e, quase não há encontrei. Depois de muito andar e passa inúmeras vezes pelo mesmo local, ouvi bem ao longe, uma voz trêmula e forte;
__ Ei, Alan, é você mesmo meu irmão?!
Olhei atônito e assustado; reconheci meu amigo Emerson, qual não dispunha mais, do aspecto jovem, forte e imponente de quando nós corríamos nos gramados dos terrenos livres de anos atrás. Dali, seguimos para sua casa, conheci sua linda familia; Esposa Emília Torres e filhos Aline Torres e o poderoso Lucas Torres com 5 anos de idade.
Sentamos a beira da varanda, onde, falamos por horas, relembramos aventuras e de amigos quais, já não estão mais entre nós.
Depois de alguns dias, estando com o Emerson e sua familia, não consegui seguir em frente e procurar os demais amigos da época, não por irresponsabilidade minha más, por evitar sofrer por não encontra-los; afinal, a maioria já havia partido para Deus.
O Emerson, me levou até a rodoviária, dali, segui de volta para minha atual residência, triste, amargurado, com os sonhos perdidos e sem bases históricas pessoais à contar para meus filhos, netos e demais de minha prole.
Então; entendi o porque de a frase qual meu tio me dissera, me acompanhou por tanto tempo, mexendo com meu intimo e, na premissa de uma razão estranha, em dado momento, faria efeito em mim. senti que havia um sentido amplo a considerar.
Minha opinião a respeito: Nunca retorne hoje ao seu passado, tentando encontrar lá, aquilo que não o acompanhou em sua lida. o que houve de bom, sincero, e que não veio contigo, más ficou em seus pensamentos na historia de seu coração; mantenha isso ai, em seu coração e não permita que, uma decisão obtusa, tosca e excêntrica lhe incentive e obrigue-o a retornar fisicamente onde viveu seu passado. acredite, ele não estará mais lá e, as maravilhosas lembranças que trouxera contigo, deixarão de existir amargurando o que um dia, em seus pensamentos, fora absolutamente Incrível.
Tudo passa; más se permitires viver feliz, não voltarás ao passado, buscando encontrar ali, o que não mais faz parte de seu presente.
Alan K C Morais
27 de Fevereiro de 2023