Velho Oeste MG

A paisagem exuberante, logo ficava cansativa, por vezes sumia o brilho do sol, enquanto a jardineira atrevida rompia, longa estrada empoeirada. Assim passageiro nada via, sacudia os corpos em descompasso, em demorada viagem aflitiva. na antiga Jardineira que a estrada rompia.

Ainda o sol ardia e, de malas em mãos, o forasteiro cansado, observava o sopro no quente do vento, o cheiro do esterco, de gado, que não se via. já que ao longe as tantas arvores os escondia. de um verde magico, quase dourado uma tarde de esmeralda onde o sol ainda ardia.

Andar única opção para o forasteiro, ainda longe da cidadezinha que o abrigaria.

Enquanto se abrigava do sol, embaixo de uma frondosa mangueira, um cavaleiro se aproxima.

-Tarde.

-Boa tarde

-O senhor tá vindo de longe, foi de jardineira ou de carona?

O homem não se vestia como boiadeiro, mais parecia um viajante, que usava sua montaria, talvez um fazendeiro, ou sitiante.

- Vim de jardineira mesmo, estou só me refrescando um pouco, até acabar de chegar.

Nesta altura o cavaleiro continuou uma conversa agradável, falou-se de vários assuntos. Mesmo a tarde chegando o forasteiro, admirado continuava a conversa.

É que sua atenção aguçada, se maravilhava, com uma pronúncia cantada, que sem perder o ritmo o cavaleiro continuava, despediram, assim no escurecer chegava em uma pensão, de pau aplique e chão batido.

Foi uma noite de sono restaurador, logo cedo seguiu caminho para a fazenda, seu destino dês, de que iniciou sua aventura.

Caminhando agora, com roupas mais leves, deixando as pesadas malas na pensão, mesmo com o sol da manha forte segue em direção a fazenda, endereço de parentes que o esperava.

Por coincidência, encontra com tropeiros e dentre eles o cavaleiro que falava com encanto um português cantado de ritmo quase alegre. Conversaram um pouco, assim ficou sabendo se tratar de ciganos, que viajava por aquelas bandas negociando cavalos, pólvora e armas antiguíssimas. Despediram e a pé com passos firmes seguia para fazenda a quase uma légua distante da pensão.

Os parentes que o contrataram, já preocupados com a demora alegram-se muito com sua chegada. E desta acolhida gerou um tempo de conhecimento, cultural e profissional, de importância impar para o retirante, que em 1974 saíra de Jundiaí, para o Triângulo Mineiro.

Minha chegada coincidia com um projeto de governo, este visava o progresso. Apesar de na época estarmos vivendo uma ditadura, onde na via Anhanguera, chegava trafegar entre, São Paulo, Jundiaí e Itu, viaturas e tanques de guerra, durante um dia inteiro, aqui tudo parecia segredo, ninguém sabia dos acontecimentos de Médici ou Ernesto Geisel, a não ser a surpreendente aprovação de credito para compara de tratores, colhedeiras e implementos agrícolas.

Na fazenda de mais de 50 alqueires Mineiro, um trator com implementos, que aprendi com eles trabalhar, vez por outra trabalhando a noite toda.

Bom havia iniciado minha carreira de trabalho como Oficie Boy, em meados de 1969, estancando em colégio particular até 1971. E depois disso fazendo alguns trabalhos aqui ou ali, em algumas fabricas. Logo para mim, aquela nova vida era um luxo, "mata, (quase uma floresta) se estendendo por muitos e muitos quilômetros".

Quando não estávamos lavrando as terras da fazenda, trabalhávamos para os vizinhos. Más tudo era só magia, natureza pura, envolta de uma cultura, mais, mais muito mais que centenária.