UMA COMPANHIA PARA O ANO NOVO
Conto de Gustavo do Carmo
— Dez... Nove... Oito...
— Sete... Seis... Cinco...
— Quatro... Três... Dois... Um...
— FELIZ ANO NOVOOOO!!!!!
Gilmar, Lopes e alguns amigos celebram juntos a entrada do ano novo. Estouram uma garrafa de champanhe que bebem no gargalo. Cantam em coro a tradicional música “Adeus Ano velho! Feliz Ano Novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer...”. Assistem à queima de fogos feita na praia. Os fogos de artifício fazem os mais diferentes desenhos. E também os tradicionais coqueiros e corações.
Passada a primeira meia hora do novo ano, o espetáculo pirotécnico se encerra. Lopes e seus amigos finalmente terminam o que tinham começado: espancam Gilmar a socos e pontapés como um acerto de contas pela dívida de jogo que o rapaz tinha com o cassino de Parlattore, chefe de Lopes que o mandou sequestrar o caloteiro e acertar as contas em uma ilha deserta.
Lopes e seus capangas deixam a ilha na lancha do patrão. Gilmar, com o rosto inchado e ensanguentado agoniza feliz, pois teve companhia para receber a chegada do ano novo, o que não acontecia há dez anos, desde que foi expulso de casa.