Pesadelo Apavorante!
06.01.23
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Ele corria alucinadamente, estava em pânico. Olhava para trás e via um mar de formigas pretejando o horizonte. Implacáveis, vinham ao seu encalço devorando tudo que tinha pela frente. Ele era o alvo.
Seu coração pulsava violentamente e a respiração ofegava. Escutava o barulho ensurdecedor do picotar das garras das formigas, junto com o pesado som do tropel de suas patas que faziam tremer o chão. Desesperado, corria.
As pessoas gritavam de pânico e pavor enquanto eram envolvidas até serem devoradas por milhares delas. O mundo era negro de formigas naquele momento. Também seria esse o seu fim?
Ele fugia pelas ruas da cidade, que continuava com vida normal até que a onda negra a inundou destruindo tudo pelo caminho. Estavam quase chegando aos seus pés. O pânico tomava conta dele e de todos.
O que fazer? Como vou me safar delas? – pensou apavorado. Então, viu um lago em um parque próximo e se dirigiu para lá. Elas perceberam a manobra. Um braço de milhares delas formou-se dividindo em dois a leva de formigas para impedi-lo de chegar até a água.
Estava quase sem fôlego, mas não podia ser engolido por elas. Em um último e derradeiro esforço, correu à frente do braço negro para pular no lago.
Quase na beirada da água, com elas já beliscando seus tênis, deu um salto para mergulhar e se salvar, mas o braço formou uma mão com milhares de formigas e lhe segurou uma das pernas. Estava perdido, era o seu fim.
Metade do seu corpo estava na água e a outra metade fora. O braço começou a puxá-lo, arrastando-o lentamente para fora do lago. Em pânico tentava agarrar-se ao terreno úmido, mas outra mão de formigas formou-se agarrando a outra perna retirando-o da água. Aguardavam-no ansiosas, picotando suas garras ameaçadoramente para ele.
Exausto e ofegante, viu as mãos de formigas transformando-se em uma enorme boca que começou a devorá-lo com milhares delas subindo por suas braços, pernas e corpo todo até quase sufocá-lo. Uma sensação horripilante!
Começou a gritar desesperado e acordou. Era um pesadelo! Transpirando às bicas, mas aliviado por ser apenas um sonho e com a boca seca como se tivesse corrido uma maratona, foi até a cozinha beber um pouco de água e se acalmar, pois seu coração ainda pulsava forte.
Acendeu a luz, abriu a geladeira, pegou a garrafa d’água e bebeu quase toda ela no gargalo, matando assim a sua sede. Acalmou-se.
Seguiu sentado no banquinho com a garrafa na mão e olhar absorto. Pensava ainda no sonho apavorante, quando percebeu uma trilha preta de formigas miúdas que devoravam implacavelmente uma barata. A vítima jazia coberta por milhares das atacantes, mas suas pernas ainda mexiam.
-Escapei de boa! – falou perturbado para si, lembrando do pesadelo apavorante que teve.
Será?