PROFESSOR EBD NAQUELE ANO

Eli fora escolhido como um dos professores da EBD (Escola Bíblica Dominical) para uma das classes de Jovens naquele ano de 1981. Era uma classe de Jovens mais novos e tinha entre 30 a 40 alunos aproximadamente. Coincidentemente a Márcinha era uma das alunas dessa classe entre outras moças e rapazes também.

Como em qualquer tipo de escolas, sempre se tem alunos que são aplicados aos estudos e que são também muito participativos e outros que não.

Um professor, experiente, quando prepara lições, cujos conteúdos são interativos, ele sempre pensa naqueles alunos que gostam de participar, para lhes inquirir em algum tipo de questão, sabendo que estes alunos sempre terão entusiasmo em participar, o que torna a lição mais proveitosa e enriquecedora para eles próprios e os demais alunos que são indiferentes ou mais apáticos.

As lições de EBD têm essa característica, pois muitos de seus temas tratam de coisas da vida do indivíduo no cotidiano e sua relação com o próximo e com Deus.

Nas primeiras aulas o universo de alunos para o professor é único, mas na medida que o tempo vai passando, conhece-se melhor cada aluno e passa-se a distinguir suas individualidades e interatividades com os diversos assuntos, uns com os outros e também com os professores.

A Márcinha fazia parte desse grupo de alunos que contribuíam com suas participações sempre que eram arguidos em qualquer assunto pertinente à lição.

Em uma classe de 30 alunos a média de presentes era de 70%, ou seja algo em torno de 20 presentes e desses pelo menos sete eram participativos. A ausência de um ou outro, desses alunos na classe sempre trazia algum prejuízo para o grupo e suas faltas eram sempre notadas por todos.

Era normal também após o término das lições alguns alunos ficarem conversando para sanar alguma dúvida ou até mesmo especular sobre alguma coisa interessante, que por algum motivo não pudera ser abordado em classe, talvez por falta de tempo ou cujo assunto fosse uma variante ou extensão do principal tema que fora estudado, e muitas vezes também como forma de estreitar amizades e relacionamentos entre alunos e alunos, e professor.

Isso é uma coisa boa em qualquer tipo de pronunciamento, quer seja aulas, palestras, cursos, simpósios e etc.

Funciona muitas vezes como um feedback ou termômetro para se conhecer o nível de aceitação pública da palestra ou assunto discutido e também do professor ou preletor.

O interessante dos encontros extraclasse é que aconteciam voluntariamente, nada era premeditado ou planejado, quer seja pelo professor ou alunos!... Muitas vezes uma dúvida vivenciada por alguém no dia a dia, virava um assunto ali naquele grupinho, e que algumas vezes já tinham conversado em algum momento juntos, porém agora resolvem pegar um "gancho" de algo que fora abordado na lição, para aprofundar ou diversificar naquela questão!...

Foram momentos marcantes na vida de cada um, professor e alunos.

Descobríamos também nossas afinidades e divergências uns com os outros, mesmo que isso não nos tornasse amigos íntimos ou inimigos, nos tomávamos mais conhecidos.

Por se tratar de assuntos do cotidiano, preciso informar aqui que tratam-se da vida de jovens de diversas idades que conviveram em grupos na década de 1980 e que predominantemente pertenciam a uma comunidade cristã evangélica, em sua maioria, porém que se inter relacionavam com jovens de outras religiões, denominações, escolas, trabalhos, esportes etc.

A Igreja em evidência nesse caso é a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Uma igreja centenária, com doutrinas fundamentadas na reforma do século XVI.

Não se trata de uma Igreja fundamentada na idéia e conceitos precomcebidos por alguns indivíduos ou pastores, baseadas em suas experiências pessoais ou em suas formas, muitas vezes distorcidas, de visão do mundo ou de uma cosmovisão deturpada.

Esclarecendo melhor esse paragrafo: A IPB não passa, através de seu pastor ou líderes, uma lista para seus membros de "PODE E NÃO PODE" para que eles observem e andem na linha, não!.. cada um é ensinado a compreender e interpretar os ensinos bíblicos e observarem suas verdades aplicadas em suas vidas pessoais. Cada um é responsável por si mesmo diante de Deus em relação ao que a bíblia ensina.

Alguns líderes, mesmo presbiterianos, até gostam dessa idéia, porém isso é anti-doutrinário, atitude hipocrita, icentivo ao falso puritanismo.

Minha experiência como professor daqueles jovens foi enriquecedora, para a minha vida!...

Minha função era a de ser um facilitador, eu não tinha que dar a palavra final em nada, tinha apenas que conduzir os assuntos para chegarmos à conclusão final amparada e fundamentada pelos ensinos bíblicos propostos!...

Observação:

Atualmente muitos da liderança da IPB têm tentado mudar as diretrizes básicas de atuação da Igreja na sociedade, seu envolvimento com o Estado e a política, tem sido um retrocesso espiritual naquilo que a Igreja no passado considerava valor imprescindível e inegociável!... A liderança atual da Igreja tem sido frouxa, nesse sentido e está sendo desmoralizada por seus próprios atos e sua conivência com o erro.

(Obra de Ficção Fantasia)

(Qualquer semelhança de nomes de pessoas,

locais e fatos trata-se de mera coincidência)

L Z de Andrade
Enviado por L Z de Andrade em 29/12/2022
Reeditado em 08/03/2023
Código do texto: T7682267
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