DESDE O FALECIMENTO de sua sogra, Toni e Tânia não tiveram intimidades. Ele não a pressionava, afinal, ela estava de luto por sua mãe, e, ele respeitava isso. Apenas cuidava dela, levando-a para jantar fora. As vezes indo ao cinema, mas, a tristeza dela era palpável.

 

Naquela noite ele chegou do trabalho, foi para cozinha, fez uma massa ao rugo com fraldinha grelhada e serviu um Barolo Bussia, safra 2015. Depois de duas garrafas, Tânia parecia mais leve, como a dias não se sentia.

 

- Obrigada, vida... O jantar estava perfeito. – disse ela, esboçando um sorriso um tanto picante.

 

- Que bom que você gostou querida! Fico feliz em ver você sorrir.

 

Ambos passaram guardanapos nos lábios, pegaram suas taças e foram para a sala de áudio e vídeo.

 

Toni colocou uma música ambiente, sentou ao sofá. Tânia apoiou a cabeça sobre o ombro, ele passou o braço sobre os ombros dela e a pressionou mais junto a si. ficaram ali degustando o vinho. Quando ela virou o último gole, Toni perguntou.

 

- Vamos abrir outra garrafa?

 

Ela sorriu, e disse.

 

- Danadinho, quer me deixar embriagada para se aproveitar de mim!

 

Ele a olhou nos olhos, sorrindo perguntou.

 

- Estou conseguindo?

 

Ela pegou a mão dele e a pôs sobre seu rosto, beijou-lhe as costas da mão. Passou o queixo suavemente sobre seus dedos es os beijou, sempre o olhando nos olhos. Toni entendeu que ela estava pronta, para ser amada. Ele pegou a taça da mão dela, e levou a dele e a dela, e as pôs sobre o aparador ao canto leste do ambiente, ao voltar, se ajoelhou em frente a esposa, se colocou entre as pernas dela e passou a lhe fazer caricias na face. A beijou a palma da mão e foi subindo até seus lábios se encontrarem. Eles se beijavam docemente, como dois namorados inexperientes que se beijam pela primeira vez.

 

Os beijos foram ficando mais quentes. Tânia mordeu o lábio superior de Toni, enquanto suas mãos escorregavam pelo peitoral dele, seus dedos corriam por sobre os botões da camisa de Toni, desabotoando um a um.

 

Eles se entregaram ao prazer, dando e recebendo um do outro. Quando eles já estavam quase no ápice do prazer, o celular de Toni tocou. Ao primeiro momento ele se virou para pegá-lo. Mas Tânia o pegou o rosto com as duas mãos e disse, entre murmúrios de prazer.

- A gora não amor deixa tocar.

Tani olho fuxico nos olhos da esposa, e continuará entregues ao prazer de estar juntos de corpo e alma. Quando por fim terminaram de fazer amor. O som do telefone residencial, invadiu a casa. Toni o pegou na base.

 

- Residência de Toni Ferrari.

 

- Boa noite doutor Ferrari, sou eu, Fiver Cents. Vá ao prédio da polícia federal. Sr. Takeshi acabou de ser preso.

 

Toni olhou para a esposa que estava ofegante, porém, com expressão de satisfação sobre o tapete da sala, depois dos momentos de prazer.

 

 Com visível tristeza, Toni disse.

 

- Desculpe querida, tenho que ir.

 

Ele a beijou ternamente e foi tomar banho. Depois do banho e vestido a caráter. Ele foi a cozinha, fez um suco de abacaxi com hortelã e gengibre. Pôs a mistura em uma garrafa especial, e, foi para o prédio da polícia federal.

 

JÁ PASSAVA dá uma da manhã quando ele adentrou ao prédio. Só havia dois agentes na recepção, uma morena com perfil de estrela de cinema. Ela usava um belo penteado que a deixava parecida com a atriz italiana, Sophia Loren do filme, IERI, OGGI E DOMANI. O outro agente estava praticamente dormindo a uma mesa ao norte da recepção.

 

Toni, tentando ser o mais simpático possível, disse;

 

- Bom dia linda! Sou o Dr. Ferrari.

 

- Bom dia doutor, sou a escrevente Mayara. Quem é seu cliente?

 

- Takeshi Nakamura.

 

- Ok, o doutor pega o segundo elevador a esquerda, sétimo andar, procura o delegado Fred, ele já o está aguardando.

 

Quando Toni saiu do elevador, se se deparou com um cenário totalmente diferente. Havia agentes indo e vindo para lá e para cá. Toni, caminhou até o fim do corredor, procurando uma recepção, mas não havia. O que ele viu foi algumas pessoas sentadas, com cara de casadas, e sonolentas... Provavelmente já estavam ali por longas haras. Toni arriscou.

 

- O delegado Fred, - falou Toni com um senhor sentado próximo a um extintor de incêndio – sabe onde posso encontrá-lo?

 

- Não, doutor – respondeu o homem – já estou aqui a três horas ninguém me disse, nem um olá ou se quer um bom dia, nada.

 

Toni olhou em torno, mas não havia ninguém com aspecto de agente. Ele foi para a ala esquerda do corredor. Passou por duas salas, olhou de soslaio, mas ambas estavam vazias. Ele olhou as placas de indicação, procurando identificar a direção que ficava a toalete. Uma placa suspensa no teto indicava que deveria seguir em frente, segundo corredor a direita.

 

Ao adentrar à toalete, havia um agente lavando as mãos, ao vê-lo, se mostrou surpreso, porém se limitou, a um leve inclinar de cabeça.

 

Toni foi para o mictório.

 

Após terminar de lavar as mãos, o agente pegou papel toalha para enxugá-las.

 

  - Sabe me dizer em que sala está o Dr. Fred? – perguntou Toni.

 

- Está na sala de interrogatório, prenderam um figuram, um tal de Takeshi Nakamura.

 

- Fiquei sabendo, sou o advogado dele.

- Ok. – disse o agente, com ar de desconfiança – Saindo aqui o doutor segue pelo corredor a sua direita, no final vire à esquerda, a terceira porta e a sala de interrogatório, não tem como erra.

 

- Obrigado.

 

Toni seguiu as instruções do agente. Ao chegar à sala de interrogatório, ele bateu insistentemente. até que um agente a abriu. Toni a empurrou com tudo. O agente saiu de lado para que ele passasse.

 

- Este interrogatório é ilegal. - Não diga mais nada Dr. Takeshi.

 

 O delegado se pôs de pé.

 

- Quem é o senhor?

 

- Sou o advogado do Dr. Takeshi Nakamura.

 

- Ok. Sente-se doutor.

 

A contragosto, Toni se sentou ao lado de Takeshi.

 

- Em primeiro lugar, – prosseguiu o delegado Fred - só estamos tendo uma conversa entre amigos. De mais a mais, ele não nos disse nada relevante. Por tanto, não há nenhum interrogatório ilegal aqui.  Mas e o doutor, como chegou aqui tão rápido, seu cliente não o solicitou, e nós chegamos aqui não faz meia hora?

 

Toni olhou para Takeshi, que também parecia surpreso.

 

Fred se sentou, os dois agentes que se encontrava na sala se sentaram, um em a cada lado do delegado.

 

- Bem doutor Toni, - continuou o delegado – quem sabe agora o seu cliente abra o bico.

 

- Quais as acusações?

 

- Tráfico de influência, 20 assassinatos, lavagem de dinheiro.

 

- São todas falsas, - disse Takeshi.

 

O delegado olhou para o agente a agente a sua direita. Que arqueou as sobrancelhas, como quem diz, não podemos fazer nada.

 

O delegado se levantou.

 

- Creio que algumas noites na prisão possa lhe refrescar a memória.

 

Ele e seus agentes saíram da sala.

 

Toni esperou que fechassem a porta.

 

- Doutor, essas acusações têm alguma verdade?

 

Takeshi olhou para o vidro na parede a sua frente.

 

- Eles não têm nada, estão blefando.

 

- Perfeito, vou lingar para um amigo, fique tranquilo, na hora do almoço o doutor já estará em casa.

 

Takeshi, aqueceu com um breve gesto de cabeça. Toni se levantou e saiu da sala.

Felipe Felix
Enviado por Felipe Felix em 17/12/2022
Reeditado em 25/12/2022
Código do texto: T7673865
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