O CELULAR

Certo dia fui colocar as roupas na máquina de lavar e nem percebi que havia no bolso o celular.

Colocado o sabão em pó e o amaciante, ligada a máquina, as roupas e o celular todos para lavar.

A mesa do café pronta e eu a procura do celular. Não encontrava e ligava para ele e dava desligado. Esqueci no carro? Na casa da Gel? Acabou a bateria? Fui roubada? Procurei em todos os lugares e nada de encontrar. Mal sabia que ele estava sendo lavado, perfumado e amaciado.

Passado o tempo necessário, roupas lavadas prontas para serem dependuradas para secar, ao retirar da máquina a bermuda, achei o bendito celular.

Estava limpinho, cheirosinho, com espuminha dentro da película de vidro. Chegou a dar um frio na barriga, não ligava, nem dava sinal de vida.

Peguei o secador de cabelo e acionei em cima dele. Coloquei no sol, na lata de arroz e nada dele voltar.

E agora????? Sem comunicação, sem agenda, sem ninguém para conversar e comunicar o ocorrido. Vão pensar que fui roubada, sofri um acidente, fui sequestrada..... Ninguém me encontrará.

Ainda temos o telefone fixo, que mais parece um sobrevivente, pois mal toca, e quando toca nem atendo, pois é telemarketing ou engano, e de que adianta sem o contato do povo.

Saudades da minha agenda de papel que tinha todos os números de amigos e parentes, e ainda sabia decorado alguns. Agora não sei mais os contatos, somente o da minha filha, ainda bem (ufa).

Depois de muito insistir, ele não voltou mesmo, o jeito foi ir na Operadora, comprar outro celular.