Brechó
Pasmado fiquei, quando vi o pulôver vermelho pendurado em um cabide naquele brechó.
Era mais uma peça de roupa qualquer, mas que, para mim reacendeu a saudade da infância.
Sei que não era o meu, havia muito tempo, mas era como se fosse... um sentimento de nostalgia falou mais alto... usava apenas aos domingos, na igreja com meus avós e minha mãe. Felicidade extrema. Ao retornar pra casa, guardava-o satisfeito por ter
sido o garoto reconhecido como: "Hoje quem ora é o garoto do pulôver vermelho!"
Sem delongas saquei da carteira uma cédula azul e comprei sem ao menos exigir troco e nem embrulho.
Juro que queria eternizar aquele reencontro íntimo entre mim e o minúsculo vestuário vermelho.
Conversávamos quase que diariamente sobre nossas reminiscências e futuro também. Prometi-lhe jamais nos separaríamos novamente e confesso que estou pensando em fazer um regime abrupto para, quem sabe, usá-lo na festa de bodas de ouro.