Manhã de Domingo - Eleições 2022
Manhã de domingo.
Mal dormi está noite, o relógio já contava 5hs da manhã quando o sono já havia acabado.
Tinha que esperar até às 8h, mas as 7h50 já estava na fila- sim- havia uma fila hoje. Dia bonito, domingo de Sol.
Portões abertos, a fila se dispersou rapidamente cada um para sua sala. A ansiedade nos rostos de quem se apressava para ser o primeiro, alguém atrás falou, "espero que o sofrimento agora acabe". Um misto de medo e esperança.
Ninguém de vermelho, ninguém de amarelo.
Fui a terceira da sala, cerca de três minutos entre o chamado pra entrar, a assinatura na lista e o apertar do botão. Na saída, percebi que a fila já era grande. Não era nem 8:30 da manhã.
A ansiedade se tornou um sentimento coletivo. Enquanto que ódio se tornou um sentimento invisível tanto no real quanto no virtual. Ataques nas redes, ameaças, pessoas que nunca se manifestaram alçando coragem e expondo rancores e ameaças. É nos momentos de tensão que conhecemos a verdadeira face das pessoas. Confiáveis são as que pressionadas conseguem enxergar a realidade sem descer aos impropérios.
Manipulação e desinformação concorrendo com realidade e injustiça. Não seria difícil escolher, mas as lentes do coletivo foram adulteradas, ou simplesmente sempre foram assim e somente agora será possível restaurar para uma nova realidade possível.
E foi exatamente esse o sentimento na fila, a espera e a corrida para uma nova realidade acontecer. Cada toque uma esperança, não apenas de mudança, mas também de paz. E sem olhar nos olhos , saindo apressadamente não por fazer uma obrigação, mas sim por ter a sensação de missão cumprida.