AS MINHAS MÃOS
Sou um escritor meio tímido meio sereno
Cultivo a ideia antiga nos tempos modernos
A minha poesia propõe o resgate da angolanidade
A minha alegria impõe-se ao tempo da liberdade
Estas mãos são minhas, e não envelhecem jamais
Porque escrevem sobre a paz diferente dos demais
Escrevem com a mesma seriedade com que brincam
Como Theophile Obenga, Aimé Césaire, Wole Soyinka
Se escrever como escrevo é um crime, enfim
Que castigo ou punição recairá sobre mim?
Sou como sou, enquanto a poesia ditar o tempo
Sou como sou, enquanto a poesia dar o exemplo
Quando escrevo, não me calo e não pretendo me calar
Enquanto quem me ouve, não dar sinais que vai mudar
Estas mãos são minhas, transbordando enquanto fonte
A minha acção é a das palavras, a poesia que vos conte