AS MINHAS MÃOS

Sou um escritor meio tímido meio sereno

Cultivo a ideia antiga nos tempos modernos

A minha poesia propõe o resgate da angolanidade

A minha alegria impõe-se ao tempo da liberdade

Estas mãos são minhas, e não envelhecem jamais

Porque escrevem sobre a paz diferente dos demais

Escrevem com a mesma seriedade com que brincam

Como Theophile Obenga, Aimé Césaire, Wole Soyinka

Se escrever como escrevo é um crime, enfim

Que castigo ou punição recairá sobre mim?

Sou como sou, enquanto a poesia ditar o tempo

Sou como sou, enquanto a poesia dar o exemplo

Quando escrevo, não me calo e não pretendo me calar

Enquanto quem me ouve, não dar sinais que vai mudar

Estas mãos são minhas, transbordando enquanto fonte

A minha acção é a das palavras, a poesia que vos conte

Hebo Imoxi
Enviado por Hebo Imoxi em 15/10/2022
Código do texto: T7628100
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