A Consciência do homem e a inocência do menino
Introdução
Concentrado apenas no pensamento, a mente está aberta para o conflito do seu próprio eu, seu corpo parado suas mãos sobre os joelhos e só os seus sentidos estão trabalhando, os olhos lacrimejando se fecham, o vento á soprar toca em sua pele, move seus cabelos e produz um som como de nenhum outro instrumento, as folhas secas e frágeis caem ao balançar dos galhos que dançam com as sinfonias dos ventos.
As pessoas vão e vêm elas estão com pressa, a maioria está atrasada e os compromissos não param preocupações, pensamentos, ações e atitudes, eu sou como um deles, o que estou fazendo aqui pensando e perdendo tempo, tempo!!!.
Já faz bastante tempo seus olhos se abrem e ali parado como telespectador que assisti a própria vida sente seus nervos se contraírem todo barulho a sua volta parece não existir, pessoas, carros, buzinas está tudo calmo agora. Aqui na praça tem de tudo e as pessoas passam correndo e sorrindo estão em busca da felicidade, esculpindo a própria história são os atores do palco da vida, ensaiando o que está para acontecer se organizando nas faculdades da mente, vivenciando seus roteiros suas tramas. Eles passam tão rápidos pela praça que aos seus olhos somos invisíveis. Tem casais que se beijam aqui próximo trocam caricias expressões de carinho e de ternura, ele a beija passa a mão sobre seu cabelo, ela acaricia o seu rosto, “sorrisos”, esses não estão com tanta pressa, mas entre um carinho e outro sempre olham no relógio, medo de atrasar-se penso eu no meu “eu” que momento maravilhoso não é momento pra se ter pressa.
Navegando nas entranhas do pensamento me vem à lembrança sobre a última vez que estive aqui e já se passaram 20 anos desde a última vez, como passou tão rápido. Ah se o tempo me desse tempo e me mostrasse quanto tempo ainda tenho eu diria que posso fazer de tudo um pouco sem calcular a perda de tempo.
Olhando aqui para a praça não mudou muita coisa desde a última vez, é as arvores parecem bem maiores e esse cheiro ainda é o mesmo, ah é o perfume das mini gardênias e do jasmim-dos-açores, sobre cachepôs de madeira as laranjinhas-KinKan tem flores perfumadas, quando menino dizia é cheiro de amoras e lembra chá de frutas vermelhas, é o cheiro da praça um perfume próprio produzido pelas flores e pelas arvores levadas pelo vento que nunca hesita em dar esse toque ao ambiente, pelo caminho de pedra e grama esmeralda, canteiro com azaleias, camélia vermelha e tuia, era aqui sentado e pensando que passava muitas tardes esculpindo a minha história que em pensamentos de criança, a vida vira poesia. Desconhecia dificuldades e o que me afastava das possibilidades de alcançar o mundo era apenas a menor idade.