Um casal verborragicamente explosivo!...

Aposentados quase sem pão e leite na mesa, mas com belos funerais garantidos, isso pode?!...

Tristemente revoltante era ver aquele espoucante, enquanto mais ainda esplêndido e "asseguradamente" democrático berço tropical dominado por hordas e hordas de vadios, malandros, folgados e corruptos de carteirinhas carimbadas e picotadas, aqui e ali esparsamente salpicados por decrescentes grupos de cidadãos honestos, produtivos e estudiosos, embora infelizmente muitos já desalentados, enquanto desiludidos e conformados com os hediondos e recorrentes desmandos oficiais, ostensiva corrupção e generalizada roubalheira dos recursos financeiros públicos, madeiras nobres e minerais da Amazônia e demais desmandos de Norte a Sul e Leste a Oeste do país, quando todos aqueles primeiros facínoras, craques históricos no aprofundado conhecimento dos seus direitos, mas esperta e absolutamente ignorantes no tocante aos seus correspondentes deveres cívicos, éticos, morais e familiares deveriam ser mandados e permanecerem nas prisões até o término real das suas penas condenatórias.

Entretanto, alguém um tantinho ainda mais esperto que esses calhordas todos, sendo que este, oh santíssima honestidade de princípios! age às claras e pelo lado certo... decidiu direcionar o seu drone para as proximidades dos movimentados parques da cidade, embora tendo o aparelhinho bem logo aprisionado.

Felizmente, como ninguém percebeu que mesmo capturado o danadinho continuou registrando tudo que via e ouvia agora eu, euzinho da silva, posso transcrever alguns tópicos do divertido (ou dramático...) perrengue doméstico ali gravado:

- Eh, seo Fritz! Quem foi que autorizou "alguenzinho" cá de casa a comprar toneladas de meias e cuecas sem a menor necessidade, pois que nem mais tomam banho e nem trocam mais essas imundícias, que chegam até a lhes grudar no rabo fedorento?

- Você que vá tomar banho, Bertha, sua cobra peçonhenta!... E quem é mesmo aqui que trabalhou quase quarenta e sete anos pra começar a receber esta merrequinha de aposentadoria, meu abençoado e economizado dinheirinho, com o qual sustento este bando de folgados a começar por você mesma, sua velha coroca? E trate logo de devolver pro dono essa "geringoncinha" que caiu acidentalmente no parquinho, e você logo agarrou, sua abrasileiradinha diuma figa...

- Blá, blá, blá!... Então você não sabe que achado não é roubado, e quem perdeu é relaxado? Vejam só isso, começou o discurso do velho Fritz "Apolinário da Silva", hehe... Aliás, você pode até estar certo, mas em partes, meu velhotinho ranzinza! Aliás, vá logo tratando de se virar nos trinta e botar leite e pão na mesa da família, seu munheca de aço... Que tristeza ter de aguentar um velho bolsonarista gagá e pão-duro como esse daí dentro de casa. Olha, vá se espremendo aí numas boas gotinhas de leite integral e pão fatiado, que não sou mulher de tomar café preto e comer pão massudo, sô! Mas que bela aposentadoria você recebe, seu milionariozinho de pataca furada. Agora, falando no presidente armamentista, pensem no tamanhinho daquela "outra" pistolinha deste velhote desinfeliz...

- Vá me zoando, sua velha ranzinza! Pois aqui te retruco de pronto, lembrando que ainda tenho um bom estoque de leitinho pra te satisfazer... Mas antes faça por merecer, sua faladeira insaciável dos diachos!

- Há, há, ha! Tô sabendo desse teu "leitinho", no que aliás tô beeem satisfeita, velhote... Mas desde há muito tempo minha fonte é outra! Ou você pensa que eu ia ficar "à espera dium milagre" vindo dessa tua "coisinha" azeda e caída? Se quer mesmo saber, saiba que bebo leitinho gostoso "dioutra fonte" e continuo vivendo aqui numa "nice", seu velhote pelancudo e gagá.

- Pois você que vá me duvidando e desfazendo, que ainda tá assim de potranquinhas "pré-pagas" pelas redondezas, pra lá de dispostas a disputar este meu valorizado leitinho condensado, sua vaca louca! Vá me duvidando na minha ma($)cheza, vá...

- Vá, vá, seu velhote gagá!... Disso daí, duvidodó mesmo, sô! Até mesmo porque nunca me funcionou a contento... Agora só me falta ouvir que andou pagando a manutenção do cemitério de novo, que só resmunga isso pelos cantos da casa... Gente do céu! Não passam três meses e o munheca de aço logo recomeça com essa ladainha de pagar o cemitério, pagar o cemitério...

- Mas puxa vida, Berthinha do céu! Quer dizer que nem posso continuar honrando com meus compromissos em memória dos meus falecidos, é? Vejam só isso! É lógico que paguei a manutenção do cemitério e, como sempre, paguei um pouquinho adiantado, qual o quê!... Até mesmo porque quando eu for desta pra melhor ( tomara isso ainda demore...) quero "ir de primeira", sua velha xaropona... Mas, voltando ao cerne da questão desta nossa D. R. D. (Discussão da Relação Desafetiva), eu gostaria que você lembrasse quem foi mesmo que sempre e sempre garantiu o teto familiar, o feijãozinho com arroz e um tantinho mais para que você e os nossos quatro filhos fizessem faculdade e hoje sejam bem-sucedidos nas suas respectivas áreas de atuação profissional, todos faturando muito mais que eu, este desprezado velhotinho que mesmo ganhando esta merrequinha de aposentadoria como você bem disse, continuo humildemente sustentando todos vocês no dia a dia como se ainda fossem crianças naturalmente dependentes de mim... Ah, e tuas dúzias de remédios pra hipertensão, gordurinhas, safadezas e ruindades temperamentais, quem é mesmo que paga quase uma farmácia inteirinha, mês após mês? Você tá aí, quase virada num depósito químico ambulante! e não busca melhorar em nadica de nada esse teu horrível gênio F. R. D... Aliás, falando nisso, e não te parece que nossas idades estão completamente invertidas, dona Bertha, minha amada professorinha? Mas conte-me aí, e depois dessa tua última "refrega" doentia desta semana, quando mais uma vez comprei quase uma farmácia de remedinhos, você já está se sentindo melhor, está?

- Sim, sim... Isso te agradeço, obrigada mesmo! Mas não se engane, que já estou pronta pra "outras" refregas com você, seu velhote alegador.

- Disso não tenho a menor dúvida, sua peçonhenta! E tem mais ainda, pois não duvido nadica de nada que logo depois do meu "passamento", vocês todos corram vender esta casa que suei a cântaros para pagar, e que mesmo a contragosto até me visitem mensalmente lá no Jardim da Saudade pra me surrupiar algum dinheirinho destas minhas atualmente desprezadas merrequinhas de aposentadoria ( aqui registro os meus sinceros agradecimentos ao governo do presidente Jair Bolsonaro por não ter atrasado um dia sequer o pagamento deste meu benefício social do INSS, mesmo com o país sofrendo com as altíssimas despesas, desemprego e arrefecimento econômico durante a longa pandemia de Coronavírus que se abateu sobre o Brasil e o resto do mundo...) até que seja transformada em pensão vitalícia para você, sua safada! Aliás, responda-me se for capaz, por que você correu a implorar pra que eu voltasse pra casa antes mesmo que tivesse completado um mês que eu tinha saído de casa anos atrás, sua velha furtiva, ressentida e dissimulada?...

- Respectivas... Olha só o vocabulário dele! Logo você que não passa dium velhote burro, safado e alegador, falando bonito assim! Mas nem pense que me engana, pois você é até mais burro e safado que as gorduchitas Antas do Parque Barigui, aquelas criaturinhas espertinhas que até aprenderam a dar risadas nas filmagens dos turistas embasbacados pelas belezas naturais, frio cortante, frieza pessoal e gastronomia de Curitiba. Ao invés de passear com seus pares de idosos, você fica aí todo "durango" vinte e oito dias por mês, munhecando até mesmo o leitinho pra família, seu velho frescote! Além disso, a cada três meses corre pra pagar adiantado o seu cemitério "tipo" riquinho, sem contar a quantidade absurda de meias e cuecas novas abarrotadas no armário do bobalhão... Você não passa dium velhote metido a classe média "mortadela", seu bestalhão! Venda logo esse teu terreno do cemitério, e deixe que o governo se vire pra te enterrar, seu asno. Ah, e tem mais, seo Fritz: melhore logo essa tua vidinha de riquinho de periferia, ou ainda te pego de cuecas sujas aí pelas vizinhanças e decepo essa tua coisinha pelancuda e inoperante, certo? Aliás, não vejo motivo algum pra essa tua constante alegria... Pura palhaçada isso, velhote! Respectivos são esses teus cornos ossudos e transpassados tipo Alces velhos...

- E você então, sua velha gagá!... Vá consultar um bom dicionário para me enfrentar com palavras apropriadas, não com meras repetições do que te digo... Aliás, saiba que você encarna a mais legítima e desprezível configuração emocional das pessoinhas F. R. D. (Furtivas, Ressentidas e Dissimuladas), aquelas que diuturnamente vivem de mal consigo mesmas e com todos ao seu redor... Gente do céu! Nem quero imaginar se "essa daí" descobrisse que além de minha pequena gastança com roupas de baixo e pagamentos das manutenções do cemitério, de quebra eu realmente tenho tomado umas cervejotas muito bem-acompanhadas de bons petiscos e maravilhosos sorrisos... Mas que tal isso seria? Então, certamente seria ela a ocupar indevidamente minha vaga no jazigo que procuro pagar sempre adiantadinho... Até mesmo porque a própria vida nos ensina que gente assim egoísta, avarenta, furtiva, ressentida, dissimulada e mentalmente agitada costuma morrer de repente, retesada e carcomida de inveja da singela alegria cotidiana e do simples sossego dos outros. Embora, apesar dela ser assim, e de toda a tropa enferruscada daqui, eu realmente ainda consigo viver cantarolando com o abençoado fruto dos meus merecidos restinhos de aposentadoria. Aliás, mesmo com isso tudo que sofro nas garras de Bertha, talvez por instinto protetivo, mais e mais eu me abrigo nas minhas pequenas fantasias, e assim não deixo um dia sequer de sonhar em viver solito e sossegadamente numa belezura de estância rural, lá pelas bandas das frias montanhas argentinas e uruguaias...

Tadinho do seo Fritz "Apolinário da Silva"!... Justo quando ele começava a poetizar seus sonhos de independência e liberdade, suas belas palavras foram interrompidas pelo aviso de bateria fraca do meu amiguinho bisbilhoteiro voador, este meu precioso auxiliar cronista que ali caiu acidentalmente e logo foi espertamente surrupiado por dona Bertha e casualmente atraído pelos ruidosos perrengues do casal, mormente dessa "espinhosa" pessoinha, desaprimorada mulher que pelo menos verbalmente tudo indica que crucifica o seu próprio companheiro e benfeitor. Felizmente, o pequeno bug ocorreu no exato momento em que ela, em mais um ímpeto de inexplicável raiva, arremessava meu amiguinho pela janela. E não é que mesmo assim consegui recuperá-lo sem maiores danos e aproveitar quase todo o conteúdo áudio ali captado?

Senhor Fritz... Eis aqui um baita dium senhorzinho cumpridor dos seus deveres, realmente um tantinho alegador, mas absolutamente provedor da sua família. Já a explosiva dona Bertha, saiam todos de perto!!!

Solidário com o sofrimento do simpático idoso alemão, prometi a mim mesmo que bem logo publicaria este episódio, até mesmo porque não sou lá muito diferente dele...

...Mas que tal mesmo seria conviver com alguém assim como sua companheira conjugal por mais de quarenta e dois anos?

Eh, meus caros leitores e empáticas leitoras que entristeceram com estas narrativas, peço-lhes que não desanimem precocemente com suas próprias uniões conjugais! Até mesmo porque no exato momento em que fui deletar o conteúdo gravado pelo meu simpático bisbilhoteirinho eletrônico, preparando-o para novas e emocionantes missões, consegui "pescar" estas últimas palavras do dissequemedisse desse regurgitante casal protagonista deste meu continho:

- E agora, seo velhotinho regulador e alegador! Vai me largar de novo, depois de mais esta acalorada discussão?...

- Nem pensar, minha companheirona de tantas agruras e felicidades! Você bem sabe que aquilo que fiz e ainda não me arrependi de ter feito não foi fruto de esfriamento do nosso amor, já quase vitalício, mas o que ocorria naquela época é que nem bem eu começava a rezar o terço dos direitos e deveres conjugais e familiares, e logo você e nossa filharada "emburravam" e se entrincheiravam no seu descabido egoísmo e ressentimento... Agora, não! E você nem acredita como eu mais ainda te admiro assim, toda falastrona e dolorosamente sincera no teu palavreado comigo... Assim sendo, minha cara Bertha, que tal seria dobrarmos a aposta da nossa umtantoquantoestranha, mas até que bem amorosa convivência conjugal? Você topa continuar assim comigo, quem sabe um naquinho mais amorosa, nesta nossa verborrágica interação? São apenas mais quarenta e dois anos... isso passa logo, vai.

- Então tá, eu topo sim, mas veja lá isso, meu velhotinho briguento!

- Estamos finalmente certos e, principalmente, sem os antigos mútuos menosprezos, Bertha! Assim, doravante, poderemos ser um por todos e todos por um, levando adiante nosso barquinho familiar leve e bonito... pois um fardo dividido em partes honestamente proporcionais nem se pode chamar de carga, mas de alegre e amoroso compartilhamento. Então, com apenas alguns pequenos ajustes administrativos e financeiros sei de antemão que isso vai me render boa economia, ao mesmo tempo em que assim com cerca de setenta e cinco por cento off na manutenção financeira da casa, por certo poderei recuperar até aquela minha antiga elegância e boa aparência... E vai que você também note tais positivas mudanças e volte a se interessar por mim, não é mesmo?

- Pode ser... quem sabe.

* * * * *

Enquanto eu acabava de transcrever e alinhavar as presentes gravações do meu dispositivo fofoqueiro voador, ouvi nitidamente os berros de revolta e socos no ar desferidos pelo senhor Fritz, quando ao que me pareceu três ou quatro jatinhos oficiais "democráticos" singravam os céus de nossa bela e acolhedora capital paranaense. Seria a comitiva do "filhote tupiniquim do Trump doidão", querendo aqui reconquistar votos para estender sua vidinha boa de "turista motoqueiro" no Palácio do Planalto? Ou seria o bebum, loroteiro e ex-presidiário "candidato barbudo", sentindo já saudades emocionais das suas recentíssimas confortáveis acomodações prisionais aqui em Curitiba?...

Não quero acreditar que depois de toda a roubalheira pública associada aos governos de esquerda, ele ainda teria a cara-de-pau e a petulância de vir fazer campanha política e pedir votos aqui nos estados da região Sul do Brasil, este nosso pedacinho do "democrático" berço esplêndido, aqui especificamente desenvolvido, cultivado e habitado por gentes de admiráveis estirpes morais e incansavelmente produtivas, bem ao contrário dos políticos vitalícios.

Aliás, tendo em vista que o senador Álvaro Dias e o ex-juiz Federal Sérgio Moro se acovardaram na disputa presidencial, aqui digo aberta e democraticamente a todos os demais candidatos presidenciais: Neste primeiro turno, e tomara no segundo também... ELES não. ELAS, sim! Pois só assim, por intermédio DELAS no comando político central, mudaremos amorosa e firmemente os destinos da nação brasileira.

Tomara alguém por aqui já tenha ouvido falar do prêmio literário informal alemão "Putz, Bertha!..." Pois não é que assim brincandinho com as palavras e expressões populares, mas sempre enaltecendo as verdades, os bons "chucrutes" afirmam que estou quase chegando lá, minha gente? Legal isso... Embora eu bem saiba que não devo aqui esquecer as palavras daquele excelente narrador das competições automobilísticas: Chegar é chegar, mas ultrapassar os bons adversários e vencer são outros quinhentos.

Heheheaiaiaiaiiii...

Armeniz Müller

...Oarrazoadorpoético.

Armeniz Müller
Enviado por Armeniz Müller em 24/08/2022
Reeditado em 14/01/2023
Código do texto: T7590000
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