CASAMENTOS
Por Gustavo do Carmo
(INVERSÃO)
Cansada de ver sua mãe reclamar do seu pai e dizer que ele fora um namorado carinhoso, bondoso, amigo e ajudante antes de casar que Jarilene decidiu: está à procura de um homem grosso, mal-educado, vagabundo e preguiçoso, na esperança de inverter o seu futuro.
(O HOMEM DO SIM)
Felisberto só ouvia sim. Sim dos pais. Sim da professora. Sim dos amigos e sim das meninas. Cresceu e tornou-se um jovem mimado e arrogante. Quase virou pitboy, mas amadureceu. Ganhou mais um sim e foi estagiar em uma famosa agência de publicidade. Foi efetivado e virou um homem sério. Arrumou até uma namorada fixa. Ficou noivo e ia casar. Pela primeira vez na vida ouviu um não. Foi no altar, na frente do padre, diante de duzentos convidados, na hora da noiva dizer o sim.
(SONHOS)
Via a noiva, bela em seu vestido branco e decotado, entrar na igreja acompanhada do sogro amigo, atravessando a nave em sua direção. Quase morreu de tesão ao vê-la nua e formosa pela primeira vez, com os seus fartos seios roçando em seu tórax cabeludo em uma noite de sexo ardente. Brincava com os filhos Mara Regina, de seis anos, e Lauro Henrique, de três. Pensou na lasanha saborosa da sogra e da divertida festa de bodas de ouro dos avós de Anastácia. Via-se no álbum de família dela e ela no vídeo da festa de 15 anos da sua prima Letícia. Celino parou de sonhar com tudo isso quando Anastácia lhe contou que tinha namorado e iria se casar no mês seguinte.