Do Parque Minha Morada
Domingo destes estava treinando chorinho, repetindo várias vezes “Chorando Baixinho”
de Abel Ferreira“, gravação de Rafael Rabelo (violão) e Paulo Moura (clarineta)
– todos já partiram - quando me passam à frente um rapaz e sua companheira portando um violão.
Oi gente beleza? Minha avó dizia que na política um "gambá cheira o outro". Na música são os violões.
Sentem-se aqui um pouquinho. Trocamos conhecimento, telefones, desfilamos
nossos equipamentos, últimos encontros de músicos, no que o papo fluía leve e solto.
Rodrigo que tinha um compromisso assumido logo à frente, quis saber se eu passava
por ali com frequência. Alinhamos um novo encontro para emparelharmos os violões.
Despediram-se, desceram escadaria abaixo, voltei pro banco que ficara pra trás, ouvi mais um pouco do CD,
juntei as tralhas, pus a máscara e fui. Pera aí - já a beira da escada - pensei...
Mas rapaz, não é que a imagem que ficou quando se despediram, é muito semelhante
àquela de quando levamos até à porta, alguém que acabou de nos visitar?
Parece muito, né?
Será que já estou fazendo do Parque Minha Morada?
Vou checar meu IPTU, he,he,he...
"um gambá cheira o outro"
expressão antiga que significa uma tribo se formar para,
com o mesmo objetivo, explorar ou gozar do mesmo privilégio.
O exemplo magno disso é o "Mensalão".