AURINO CAÇOTE, O PAI DA HUMANIDADE!
AURINO CAÇOTE, O PAI DA HUMANIDADE!
Série: FIGURAS DE POÇÕES
Ricardo De Benedictis
Existem pessoas interessantes que vivem e deixam o seu legado para futuras gerações. Histórias, Fatos e Lendas desse tipo acontecem em quaisquer lugares: seja na cidade, no campo, no arraial ou nas grandes metrópoles.
Segundo o Padre Edilson Mendes, nosso conterrâneo de Poções,dileto amigo que é afilhado do grande poeta Affonso Manta e um gozador por excelência, as ‘meninas’ mais assanhadas e parideiras de Poções que não tinham certeza de quem poderia ser o pai dos seus rebentos, traziam para as ruas e para a sanha dos conversadores de plantão tais dúvidas; e quando isso acontecia, sempre havia alguém que logo se apressava em apontar o suspeito número um. E, via de regra, era o Aurino Caçote, o primeiro da lista. O tempo foi passando e várias crianças que nasciam sem paternidade definida eram ou seriam, para as más línguas, pretensos filhos de Aurino.
As informações sobre o Aurino Caçote são boas. Ele era um ‘bon vivant’; sujeito alegre e criativo, gostava de brincar com os amigos, mas andava de saco cheio dessas histórias de ser pai de tanta gente. Foi no auge de tal situação que ele, usando de toda a criatividade que lhe era peculiar, apareceu com uma musiquinha que passou a cantarolar para os amigos e que tinha a seguinte letra:
”Todo mundo que nasce,
O pai sou eu...
Toda criança que nasce,
O pai sou eu...
Seja inteligente,
Não tenho tempo
Pra ser pai de tanta gente!
Todo mundo que nasce,
O pai sou eu...
Toda criança que nasce,
O pai sou eu...
Eu não tenho idade,
Nem tenho tempo
Pra ser o pai da humanidade!”
E realmente, não dava para Aurino ser pai de todas as crianças advindas das mães solteiras, muito menos daquelas que não tinham como saber quem era o pai do nenê. Era pura maldade da turma que fazia ponto no Bar de Tonhe Luz e adjacências, onde se encontravam para comentar o que acontecia de inusitado na cidade.