Aqui nós somos felizes, compadre.
Outro dia amanheceu no sítio Pau de Arara, e o velho caipira Zé Curió, estava a divagar sobre a sua vida na roça. Quando o seu velho amigo chegou.
_ Bons dias cumpardi Zé Curió.
_ Dia compadre Zé Bronco.
_ Então, compadre, estava eu aqui a pensar sobre a vida e fiquei conversido de como nós da roça, somos felizes e não sabemos.
_ Porque tu tá dizendo isso cumpardi, isso eu já sei, que nois somo mais feliz, do que muita gente que vive na cidade. E como que tu diz que não sabia disso?
_ Deixa de ser besta compadre Zé Bronco, é apenas um modo de dizer, uma forma de se expressar quando eu digo que nós somos felizes e não sabemos. Entendeu mano velho?
_ Ah! Agora sim, deu pra entender mior o que tu disse cumpardi.
_ Pois é, compadre, eu aqui tenho o ar puro pra respirar, tenho o leite da vaquinha Zenaide pra beber, tem o rio para pescar e tem as frutas pra comer a vontade e temos as nossas festas da roça que é muito animadas.
_ É verdade cumpardi, a nossa vida é simples, mais é boa, temos tudo isso e muito mais, aí né, tem esse tá de gente da cidade, que ainda diz que nois não sabe viver.
_ É Compadre Zé Bronco, a felicidade é uma coisa simples, esse povo da cidade que complica a vida. Dizendo que a felicidade é coisa difícil e vive a dizer que a vida da roça, é uma vida rústica e atrasada.
_ É cumpardi, esse tá povo não sabe o que diz e não sabe o quer. Aqui nois já tem até celular, luz elétrica, televisão, rádio e até a tá internet em algumas casas. Nóis tamo é muito é evoluído, pra dimais de bão.
_ Concordo plenamente compadre, aqui nós vivemos no paraíso, porque a coisa mais difícil é ter um caso de violência por aqui. Por isso que eu não troco esse pedaço de chão por nenhum lugar na cidade grande, aqui eu tô muito bem, obrigado. E sou muito feliz.
_ É cumpardi, aqui nois tem liberdade de ir e vir para qualquer lugar e a qualquer hora do dia e da noite. Vai fazer isso na cidade grande que vão é esfolar o couro do cabra. É aqui nóis é feliz e com muito orgulho. Porque nois veve no meio da mãe natureza, onde tudo é uma grande paz.
E assim termina mais outro diálogo caipira, entre esses dois cidadãos da roça, vivendo de forma simples, mas felizes. Enfim não deixa de ser uma verdade poética, em que essas pessoas simples pode nos proporcionar uma outra percepção de uma vida mais feliz.