Nós somos eles

O frio já antecipava a chegada do inverno. Sem saber se aquilo era o certo a se fazer, ele saiu para comprar um cigarro, ignorando o vento gelado que machucava levemente seu rosto apático. Ele decidira: Seria seu último cigarro. Não porque ele queria se livrar do vício em nicotina, mas sim porque naquela noite fria ele cometeria suicídio. Seus motivos eram incompreensíveis até pra ele. Por que continuar vivendo em um mundo onde você já não se sabe mais o que faz ali? Ele se perguntava isso o tempo todo. Tudo era incompreensível. Ele já não sentia mais amor, ou alegria, ou até mesmo tristeza. Ele simplesmente não sentia mais nada, ou sentia que não sentia mais nada. Era difícil de entender sua mente. Seu cérebro era um péssimo companheiro. Sempre que ele ficava sozinho com seus pensamentos, sua mente o sabotava. “Por que continuar vivendo?”, ele dizia a si mesmo “Saia nessa noite fria para comprar seu último cigarro. “ E foi assim que ele decidiu encarar os ventos gelados na rua. Mas quando estava prestes a comprar, percebeu que esquecera a carteira em casa. Então voltou. Pendurou o casaco, sentou-se em seu sofá e chorou. Decidiu fumar seu cigarro no dia seguinte e optou por viver mais um dia.

Você certamente o conhece e já se esbarrou com ele em algum lugar. Ele está aqui e ali. Sempre no meio de sorrisos e abraços afetuosos. Talvez você seja amigo, irmão ou filho dele. Talvez você seja ele no fim das contas...

Abrace quem você ama, não procure moral da história aqui...

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 07/06/2022
Reeditado em 08/06/2022
Código do texto: T7533098
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